Economia

Diretor-geral de Energia alerta para "situação cada vez mais complicada" nas matérias-primas

Diretor-geral de Energia alerta para "situação cada vez mais complicada" nas matérias-primas
Ana Baião

O diretor-geral de Energia, João Bernardo, sublinhou esta terça-feira a necessidade de debater o acesso aos materiais essenciais para produzir os equipamentos usados na transição energética

“A questão dos materiais críticos é uma situação cada vez mais complicada”, alertou esta terça-feira, 29 de novembro, o diretor-geral de Energia e Geologia, João Bernardo, na conferência anual da Associação Portuguesa de Energia (APE), a respeito dos desafios da transição energética.

João Bernardo sublinhou que “estamos a fazer uma transição energética, digital e de reindustrialização, mas para isso precisamos de recursos”. E se hoje, com mais renováveis, já não estamos tão dependentes dos combustíveis fósseis, “estamos mais dependentes das terras raras ou do lítio”, notou o diretor-geral de Energia.

O mesmo responsável considera que isto é potencialmente “um problema”, porque a Europa passará a estar “na mão de um fornecedor”, a China, que concentra grande parte das matérias-primas essenciais ao fabrico dos equipamentos utilizados na transição energética.

João Bernardo exemplificou que o fabrico de uma turbina eólica de 3 megawatts (MW) precisa de 120 quilogramas de neodímio, que não é fácil explorar na Europa. “Este é um problema de que temos de falar”, frisou o diretor-geral de Energia e Geologia.

“Temos brutalidades de cobalto no mar português, mas ninguém quer falar nisso”, lamentou o mesmo responsável na conferência da APE, em Lisboa.

Na mesma ocasião, o presidente executivo da REN - Redes Energéticas, Rodrigo Costa, concordou que o acesso aos recursos para a transição energética é hoje mais complicado do que no passado. “As empresas têm imensa dificuldade em fazer contratar tudo o que é necessário para fazer acontecer a transição energética”, afirmou o gestor da REN.

O presidente executivo da Galp, Andy Brown, notou, por seu turno, que há uma necessidade de investimento, que terá os seus custos, e que o acesso às matérias-primas não acontece da noite para o dia. “Podemos levar 15 anos a ter uma mina de cobre pronta a produzir”, assinalou.

“Estamos a viver tempos extraordinários no setor”, acrescentou o presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, no painel de encerramento da conferência da APE.

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