Qual o impacto do 'windfall tax' em Espanha?
Entre cerca de 250 milhões e 800 milhões de euros é o valor que as empresas afetadas pelo imposto extraordinário em Espanha terão de pagar
O Parlamento espanhol aprovou o imposto que vai tributar parte dos rendimentos dos bancos e das energéticas com vendas superiores a mil milhões de euros por ano durante dois anos. O impacto nas empresas pode chegar aos 800 milhões de euros, noticia o “Cinco Días”.
As empresas afetadas têm vindo a pressionar o governo espanhol para que o imposto seja aplicado no lucro e não nas receitas, como prevê o regulamento europeu, mas tal não foi feito. O governo de Pedro Sanchéz manteve a sua posição inicial, argumentando que, "ao fazê-lo [a tributação] sobre rendimentos, a arrecadação é assegurada, já que os lucros podem ser ‘cozinhados’ pelas empresas”, asseguraram ao jornal espanhol fontes políticas.
Assim, as empresas terão de pagar vários milhões de euros. A Endesa anunciou que o imposto terá um impacto total de 600 milhões de euros (300 milhões por ano). Já a Iberdrola, segundo o jornal, terá de pagar 500 milhões, para a Naturgy estima-se que o impacto seja metade da concorrência (portanto, entre 250 e 300 milhoes) e para a Repsol o jornal indica que o impacto será de 800 milhões.
Feitas as contas, Espanha irá arrecadar mais de 2000 milhões de euros.
De fora ficou o imposto sobre alguns negócios regulados, como, entre outros, os operadores das redes elétrica e de gás e os transportadores ( REE e Enagás), que só verão tributados os seus poucos negócios liberalizados, desde que ultrapassem 1000 milhões de receitas anuais.
O projeto segue agora para o Senado e é dada como certa a entrada em vigor logo no primeiro dia de 2023.
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