Depois da unanimidade em aumentar pela quarta vez a taxa diretora da Reserva Federal norte-americana (Fed) em 75 pontos-base na reunião de 1 e 2 de novembro, uma “substancial maioria” de banqueiros centrais apoia a redução “em breve” da dimensão da subida dos juros, revelam as atas publicadas esta quarta-feira.
Este sinal dado pelas atas fez disparar para mais de 80% a probabilidade de o próximo aumento ser de apenas 50 pontos-base, meio ponto percentual, na próxima reunião de 13 e 14 de dezembro, segundo os futuros das taxas fornecidos pela plataforma Fed Watch do portal financeiro CME.
Esta viragem na Fed para um aperto mais moderado da política monetária já tinha sido avançada nos últimos dias por declarações de presidentes dos bancos regionais da Fed, como Mary Daly, de São Francisco, Loretta Mester, de Cleveland, e James Bullard, de St.Louis. Este último apontava para próximas subidas dos juros até 5% a 5,25%. Segundo os futuros das taxas da plataforma da CME, esse nível deverá ser atingido em março do próximo ano.
Os banqueiros centrais norte-americanos acham ser prudente reduzir o aperto para poderem avaliar os impactos na economia e na inflação das subidas de juros, tendo em conta que reina a “incerteza” sobre a “demora” dos efeitos da política monetária. A preocupação na reunião manifestou-se tanto mais que os economistas da Fed avançaram com uma probabilidade de 50% para uma recessão na economia norte-americana.
Quarta subida de 75 pontos-base
Na reunião de novembro, uma decisão tomada por unanimidade subiu a taxa diretora para 4% (no limite máximo), um aumento de 75 pontos-base. Um aumento com esta dimensão sucedeu pela quarta vez desde maio.
A Fed iniciou o ciclo de subida dos juros em março, com um aumento de 25 pontos-base, a que se seguiu, em maio, uma subida de 50 pontos-base. A partir de junho acelerou o aperto monetário.
Segundo declarações de James Bullard, a taxa deverá subir até 5% a 5,25%. Os futuros apontam para a probabilidade de 5,25% em março. Por essa altura, a taxa diretora da Fed já deverá ser superior à inflação mensal, o que coloca os juros já em terreno “restritivo” em termos reais.
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