A italiana Enel, dona da espanhola Endesa, atualizou o seu plano estratégico e anunciou esta terça-feira ao mercado que no plano para o período de 2023 a 2025 passou a considerar a decisão de vender ativos que contribuam para diminuir o seu endividamento em cerca de 21 mil milhões de euros.
A decisão da Enel envolve a concentração das atividades do grupo em seis mercados principais, nomeadamente Itália, Espanha, Estados Unidos, Brasil, Colômbia e Chile.
Nestas seis geografias, por exemplo, a Enel quer elevar o peso das vendas de eletricidade com contratos de preço fixo para 80% até 2025.
A Enel anuncia, no comunicado desta terça-feira, que irá vender as suas operações na Roménia e sair do Peru e da Argentina. Também irá vender alguns ativos que tem no Brasil, nomeadamente no Estado do Ceará.
A maior parte das vendas de ativos acontecerá durante o ano 2023.
O plano do grupo prevê um resultado líquido recorrente de 5 a 5,3 mil milhões de euros este ano, com o lucro a crescer até 2025, quando deverá situar-se entre 7 e 7,2 mil milhões de euros.
O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) deverá subir da casa dos 19 mil milhões de euros (a soma esperada para 2022) para valores acima dos 22 mil milhões de euros em 2025.
“Nos próximos três anos iremos focar-nos em modelos de negócio integrados, no conhecimento digital e em negócios e geografias que podem acrescentar valor, apesar do atual cenário desafiante”, comentou o presidente executivo da Enel, Francesco Starace.
A estrutura do grupo será simplificada e mais ágil, frisou ainda a empresa italiana no seu comunicado ao mercado.
Ao longo dos próximos três anos, e apesar das vendas de ativos, a Enel fará investimentos de 37 mil milhões de euros.
Uma das áreas em que o grupo apostará é no aprofundamento da relação comercial com os seus clientes. A Enel prevê quase triplicar o número de pontos de carregamento para carros elétricos (de 0,5 milhões em 2022 para 1,4 milhões em 2025), aumentar o negócio de baterias nas instalações dos consumidores (de 99 megawatts em 2022 para 352 MW em 2025) e apostar mais na gestão flexível da procura.
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