A canadiana Neogreen Hydrogen prevê arrancar com a produção de hidrogénio verde em Sines em 2026, no âmbito do projeto de investimento que tem para Portugal, e que levou à assinatura, esta segunda-feira, de um contrato de reserva de direito de superfície com a Aicep Global Parques, para ocupar um terreno de 10,5 hectares.
Na apresentação do projeto, que decorreu em Lisboa, o vice-presidente da Neogreen Hydrogen, Rory Harding, comentou que a empresa viu em Sines “uma oportunidade fantástica” para investir no hidrogénio verde, tendo desenhado um projeto em três fases.
Embora o investimento anunciado para Sines tenha sido estimado inicialmente em mil milhões de euros, a Neogreen admite que o investimento total possa chegar aos 3 mil milhões de euros no conjunto das três etapas.
Na primeira fase a Neogreen pretende investir 285 milhões de euros e ter uma capacidade de eletrólise de 60 megawatts (MW), que permitirá produzir anualmente 9,5 mil toneladas de hidrogénio verde. O investimento referido inclui o custo dos eletrolisadores, mas também do investimento em geração renovável, engenharia e outros encargos.
Na segunda fase a empresa canadiana estima aplicar 1550 milhões de euros, que incluirão, além da geração renovável, 300 MW de eletrolisadores, e que permitirão produzir anualmente 50 mil toneladas de hidrogénio.
O grupo admite ainda vir a desenvolver uma terceira fase do projeto, orçada em 1,25 mil milhões de euros, com outros 540 MW de eletrolisadores.
Rory Harding indicou que a expectativa da Neogreen é vir a ter a primeira produção de hidrogénio verde em Sines no ano 2026. Mas para isso é necessário que todos os estudos e etapas de licenciamento avancem. E será crucial a decisão de investimento: a Neogreen apontou para o final de 2023 a decisão final sobre se avança para este projeto em Sines ou não.
O contrato de reserva de superfície prevê que a empresa tenha um prazo máximo de três anos para formalizar a contratação efetiva do direito de superfície, explicou ao Expresso o presidente da Aicep Global Parques, Filipe Costa. Mas já a partir de 1 de dezembro esta reserva entrará em vigor, significando que a Neogreen Hydrogen estará a pagar à Aicep uma contrapartida (pela reserva dos 10,5 hectares) equivalente a 50% do custo legalmente previsto para o direito de superfície, mais IVA.
A Neogreen Hydrogen estima que o projeto venha a gerar 2500 empregos diretos e indiretos. O investimento contará com o envolvimento de uma empresa portuguesa, a Frequent Summer, que ajudará a Neogreen a encontrar e desenvolver os projetos que possam fornecer eletricidade renovável para a produção de hidrogénio verde em Sines.
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