A margem que os bancos retiram dos juros dos créditos está a crescer, mas não é isso que vai fazer com que desçam as comissões cobradas aos clientes, pela manutenção de conta ou por outras transações. Pelo contrário, esse pagamento pelos serviços bancários deverá aumentar, mas, garantem os banqueiros, não será ao nível da inflação.
“Não vejo nenhum racional para descerem”, é a resposta de Miguel Maya, líder do BCP, quando questionado na Money Conference, evento realizado em Lisboa esta quinta-feira, 10 de novembro, sobre se as comissões poderiam recuar com a margem financeira a subir, depois de anos de agravamento das comissões para compensar a quebra da margem.
“A minha expetativa é que as comissões continuem a refletir o preço justo e competitivo. Não vão aumentar ao nível da inflação em termos gerais, não haverá crescimento relevante das comissões”, declarou o presidente do BCP. A inflação atingiu em outubro os 10,2%, segundo o Instituto Nacional de Estatística.
“Estamos com inflação acima dos 10%, tenho a certeza que os preçários dos bancos não vão evoluir no mesmo sentido. O que podemos dizer é que todos nós faremos a avaliação e iremos acompanhar a prestação de serviços de qualidade”, disse também Luís Ribeiro, administrador do Novo Banco, sendo que referiu também que os próprios bancos também sofrem impactos com a subida generalizada dos preços.
Porém, que as comissões têm de existir para compensar os serviços “não é um tema esquisito”, porque elas “têm um serviço subjacente”, continuou Miguel Maya. “Há investimentos a fazer e são calculadas a partir desse custo, que queremos que seja um serviço excelente”, defendeu. “Se queremos uma banca competitiva e que traga, como tem trazido, tudo o que de novo pode servir para os clientes, os serviços têm de ser corretamente remunerados”, tinha também já referido Luís Ribeiro.
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