Economia

Empresa dona do Facebook anuncia despedimento de 11 mil funcionários

Empresa dona do Facebook anuncia despedimento de 11 mil funcionários
SOPA Images/Getty Images

A Meta anunciou o despedimento de 11 mil funcionários, ou 13% do quadro de pessoal, justificando a medida com a degradação do contexto económico

A Meta, dona das redes sociais Facebook e Instagram, anunciou esta quarta-feira, 9 de novembro, o despedimento de mais de 11 mil trabalhadores, justificando a medida com a queda das receitas e o avultado investimento, ainda sem fruto, no metaverso. Esta é a primeira vez desde que foi criada, há 18 anos, que a empresa procede a despedimentos desta magnitude.

Segundo a Reuters, o número de trabalhadores despedidos equivale a 13% do quadro de pessoal da empresa co-fundada e liderada por Mark Zuckerberg, que contava com mais de 87 mil funcionários no final de setembro.

Os funcionários da tecnológica vão ser indemnizados com 16 semanas de salário e duas semanas adicionais por cada ano de serviço, aos quais se somam férias não gozadas, seguro de saúde por mais seis meses, e as ações da empresa devidas.

A Meta junta-se a um grande número de tecnológicas globais que despediram milhares de pessoas desde o início do ano, como a Netflix, a Microsoft e, mais recentemente, o Twitter, depois da aquisição por Elon Musk, líder da Tesla.

O contexto macroeconómico - marcado por inflação alta, aumento acelerado das taxas de juro pelos bancos centrais, e perspetivas cada vez mais firmes de recessão no curto e médio-prazos - foi uma das justificações usadas por Zuckerberg para os despedimentos desta quarta-feira.

Outros fatores avançados pelo presidente executivo foram a normalização da atividade de comércio eletrónico depois dos anos de pico da pandemia, o aumento da concorrência, com redes como o TikTok a diminuírem a quota de mercado do Facebook e do Instagram, e a diminuição do investimento em anúncios por parte das empresas, já a cortar custos.

Tudo isto “fez com que a nossa receita fosse muito menor do que esperava… enganei-me e responsabilizo-me por isso", disse Zuckerberg, numa nota aos funcionários citada pela Reuters.

A Meta perdeu desde o início do ano 72% da sua capitalização de mercado. A aposta da Meta no metaverso, através da sua unidade Reality Labs, tem sido apontada com um dos fatores responsáveis pela perda de confiança dos investidores na capacidade de gerar receitas futuras, com a empresa a prever despender 100 mil milhões de dólares só em 2023 para o desenvolvimento de produtos e serviços de realidade virtual, segundo a Reuters.

O próprio Zuckerberg já avisou que é uma aposta sem perspetivas de rendibilidade no curto-prazo, já que o investimento no metaverso vai demorar pelo menos uma década a gerar lucros.

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