Economia

Cloudflare: num ano, os ciberataques de bloqueio de redes cresceram 1255%

John Graham-Cumming, diretor de tecnologias da Cloudflare, recorda que o crescimento dos cibertataques não é um exclusivo nacional
John Graham-Cumming, diretor de tecnologias da Cloudflare, recorda que o crescimento dos cibertataques não é um exclusivo nacional
NUNO BOTELHO

Quase 5% do tráfego monitorizado pela Cloudflare em Portugal veicula ciberataques que têm por objetivo bloquear redes informáticas

A Cloudflare, empresa especializada em soluções de proteção de endereços, aplicações ou plataformas na Internet, fechou o terceiro trimestre de 2022 com uma cifra negra para a cibersegurança nacional. De acordo com a empresa, os ataques de negação de serviço direcionados a redes informáticas (DDoS) cresceram 1255% face ao terceiro trimestre de 2021.

A Cloudflare recorda que, entre julho e setembro de 2022, 4,6% do tráfego monitorizado em Portugal correspondia a ataques de DDoS. Esta percentagem revela um crescimento substancial face ao terceiro trimestre de 2021, que fechou com um tráfego correspondente a DDOS de 0,34%.
“Não é apenas por causa da guerra, mas a verdade é que estamos a usar cada vez mais a Internet – e os cibercriminosos têm feito o seu trabalho”, explicou John Graham-Cumming, diretor de tecnologias da Cloudflare, durante a Web Summit.

Estes ciberataques são veiculados em Portugal, mas podem envolver máquinas infetadas por códigos maliciosos, que são comandadas remotamente por cibercriminosos que podem encontrar-se noutros países.

A Cloudflare refere ainda que os domínios .pt, que dizem respeito a endereços operados em Portugal, também têm vindo a despertar a atenção dos cibercriminosos. Em janeiro de 2022, registou-se um pico no tráfego direcionado a bloquear aplicações que operam na Internet. Mas esse valor seria superado em abril com um pico de DDoS diário que chegou a totalizar 45% do tráfego monitorizado em abril.

Em setembro, um pico que agrega DDoS e ciberataques direcionados a aplicações chegou a totalizar mais de 50% do tráfego durante mais de um dia. Seguradoras e indústria farmacêutica figuram na lista dos clientes da Cloudflare mais atacados.

“Não diria que este é um problema exclusivo de Portugal; é um problema mundial. O que está em causa é a capacidade das empresas em investirem em proteções.. Na nossa casa ou no nosso carro, fechamos a porta por segurança. É este tipo de de cuidados que temos de ter na Internet”, conclui o diretor geral da Cloudflare.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: senecahugo@gmail.com

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