Os tripulantes de cabina, representados pelo SNPVAC - Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, aprovaram um pré-aviso de greve para os dias 8 e 9 de dezembro, sabe o Expresso. A reunião onde estão presentes mais de 300 tripulantes ainda decorre.
É uma decisão que vai contra os avisos da presidente da TAP e do ministro das Infraestruturas. Vieram ambos alertar para o risco que uma greve poderia representar para as contas da companhia, que teve lucro no terceiro trimestre.
“Uma greve seria um desastre para a TAP, para o país e para os contribuintes porque poria em risco todo o trabalho que foi feito e os bons resultados que apresentámos”, afirmou na quarta-feira, a presidente executiva da companhia, Christine Ourmières-Widener. Declarações que fez em reação ao facto de os tripulantes terem em cima da mesa a hipótese de avançarem para uma greve. Situação a verificar-se, apesar de para já ser apenas um pré-aviso de greve.
Já o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que se congratulou com o desempenho positivo da TAP no trimestre do verão, por abrir “perspetivas muito interessantes” para o futuro, afirmou que uma greve seria “o pior que poderia acontecer”.
A Assembleia Geral extraordinária foi marcada no dia 23 de outubro, a direção do Sindicato Nacional Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC). A renunião servia para “debater o atual momento da empresa e apresentar as conclusões retiradas pela direção sobre a proposta de AE [Acordo de Empresa] enviada pela TAP, além de deliberar eventuais medidas a tomar - não descartando o recurso à greve”.
Em declarações ao Expresso, o presidente do SNPAV, Ricardo Penarroias, tinha considerado a proposta da administração da TAP para o novo acordo de empresa "ultrajante" e "desrespeitadora".
E considerado uma provocação, a libertação da informação de que haveria em média, por dia, 110 tripulantes de cabine e 40 pilotos com licenças de parentalidade, entre os dias 15 de dezembro deste ano e 15 de janeiro de 2023. Um número que, noticiou o Jornal de Negócios, ainda poderá crescer, e que estava gerar preocupação junto da TAP.
Christine Ourmières-Widener afirmou na quarta-feira que o número de ausências por parentalidade previstas até agora para o período de Natal e Ano Novo seria de cerca de 10% dos tripulantes. Esta quinta-feira, o administrador excetivo, Gonçalo Pires, disse, em declarações ao Observador, que seriam cerca de 300 tripulantes..
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