O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, congratulou-se com o desempenho positivo da TAP no trimestre do verão, por abrir “perspetivas muito interessantes” para o futuro da empresa (numa altura em que a venda é um assunto), mas não abre a possibilidade de colocar o fim aos cortes que estão em vigor. Aliás, a greve de tripulantes que está em cima da mesa seria “o pior que poderia acontecer”.
As declarações do ministro das Infraestruturas tiveram lugar esta quinta-feira, 3 de novembro, no antigo Ministério do Mar, em Algés, na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, em que uma das questões foi a TAP, embora não tenha sido tema da reunião.
“É muito relevante sabermos que a companhia aérea em que poucos depositam esperança tenha dado um lucro superior a 110 milhões de euros [no terceiro trimestre]. Abre perspetivas muito interessantes sobre o futuro da companhia aérea e nega todas as declarações catastrofistas”, declarou o governante.
De qualquer forma, ressalvou Pedro Nuno Santos, não é tempo de “iniciar o fim dos cortes, antes de termos a situação claramente estabilizada”. Apesar do lucro no terceiro trimestre, que beneficiou do turismo de verão, o balanço anual ainda é de prejuízo. E há “um plano de reestruturação muito desafiante para implementar”, lembrou o ministro.
Foi nesse sentido que o ministro se colocou contra a greve de tripulantes de cabine, tal como a presidente da TAP, Chrisrine Ourmières-Widener.
“Obviamente que o pior que poderia acontecer era termos uma greve que cause disrupção na vida da companhia”, disse Pedro Nuno Santos, deixando ainda uma nota: que é preciso ter “em consideração o esforço tremendo que o povo português fez para que a TAP não desaparecesse”.
Esta quinta-feira os tripulantes aprovaram a marcação da greve para 8 e 9 de dezembro.
Venda não é “inversão de estratégia”
Sobre a venda da companhia, Pedro Nuno Santos disse que nunca defendeu que a TAP ficasse 100% pública. “Não há nenhuma inversão da estratégia”, disse o governante, acrescentando que o objetivo sempre foi a integração noutro grupo.
A Lufthansa, a Air France-KLM e a IAG são os grandes grupos de aviação a manifestar interesse pela empresa.
O ministro não deu prazos para o processo de abertura de capital da companhia aérea.
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