Economia

A Lego foi à Web Summit explicar com que peças construiu o sucesso da sua marca

Julia Goldin, responsável de marketing da Lego
Julia Goldin, responsável de marketing da Lego
D.R.
A Lego tenta apoiar as comunidades desfavorecidas, assegurou na Web Summit a diretora de marketing da empresa dinamarquesa, numa intervenção onde tentou explicar as razões do sucesso da marca de brinquedos

A Lego, uma marca que já conta com 90 anos de atividade e é conhecida mundialmente, tem mais do que um segredo para o sucesso, segundo a diretora de marketing da empresa, Julia Goldin. Mas tudo gira em torno de um fator comum: as crianças.

De acordo com a responsável, que falava esta quinta-feira na Web Summit, a missão da marca dinamarquesa, que começou numa pequena vila em 1932, é “inspirar e desenvolver os líderes de amanhã”, ou seja, as crianças.

Para tal, uma das bases da marca é a importância da brincadeira - não fosse uma marca de brinquedos. “Quando as crianças brincam elas aprendem, aprendem skills importantes, que não aprendem na escola, como resiliência, comunicação, resolução de problemas, cometem erros e aprendem”, disse.

Tendo esta ideia como base, o sucesso da Lego pode ser explicado, em parte, por três diferentes fatores: cultural, construção da comunidade e inovação.

A nível cultural, a Lego tenta estar ao lado de comunidades desfavorecidas, da comunidade negra, LGBTQ+, e das mulheres, sublinhou Julia Goldin. Para tal, a marca celebra, patrocina ou cria diversos eventos dedicados a estas comunidades, mas também promove doações.

Um dos maiores fatores de sucesso será, defendeu a gestora, o envolvimento com a comunidade. “Temos muita sorte porque as pessoas vêm até nós, mas elas interagem connosco por termos o conteúdo certo. Temos a revista número 1 para crianças no mundo, mas também temos conteúdos digitais e lançamos desafios no Youtube e Instagram e muitas pessoas acabam por criar conteúdo para nós”, explicou a responsável, acrescentando que também têm a LegoCon, que permite envolverem-se com a sua audiência.

Uma das formas de interagir e gerar o envolvimento das comunidades agora - ou, pelo menos, num futuro cada vez mais próximo - é no metaverso. E aqui Julia Goldin deixou um pedido: “não deixem as crianças para trás”. “Temos de colocar as crianças neste mundo, poque a web 2.0 não foi criada para crianças e elas estão lá na mesma, não podemos limitá-las, temos de criar um ambiente onde podem brincar de maneira segura”.

O último ponto é a inovação e chegar a novas audiências. Neste ponto, “um dos passos mais importantes” foi fazer um rebranding, e deixar de ter a marca “para meninos ou meninas e passar a ser para crianças apaixonadas por brincar".

Mais à frente, a marca tentou atingir novos públicos. Neste ponto, a Lego tentou chegar, através dos brinquedos, às crianças que têm algumas deficiências. Por exemplo, a empresa sabe “que várias crianças adoram construir”. “Vários pais já me escreveram para agradecer o facto das crianças deles se sentirem incluídas graças aos nossos produtos representativos”, disse.

E foi também por quererem chegar a mais público que hoje temos os Legos para adultos, de carros, cidades, estádios de futebol ou mesmo coleções de filmes e séries. “É tão importante porque os adultos são os exemplos das crianças”, e estas acabam por “brincar com eles", afirmou a responsável da Lego na Web Summit.

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