O aperto da política monetária em curso é significativo. O juro médio dos 78 bancos centrais, monitorizados pelo portal Central Bank Rates (cbrates.com), subiu de 5,5% no final de 2021 para 8,9% no final de outubro de 2022, segundo contas do Expresso.
O aumento de 3,39 pontos percentuais é mais do dobro do registado entre 2020 (o ano da pandemia, quando os juros médios desceram para um mínimo de 4,8%) e 2021 (quando o surto de subidas dos juros se iniciou). O disparo registou-se a partir de fevereiro de 2022, quando o juro médio ainda estava em 5,63%, segundo dados da série histórica do portal Central Bank News, entretanto desativado. Fevereiro marca a grande alteração na geopolítica com a decisão da Rússia de invadir a Ucrânia, um choque que se associou aos impactos das vagas da covid-19..
A aceleração do aperto monetário em 2022 é visível no número de decisões de subida das taxas diretoras: 113 em 2021 e 297 entre janeiro e outubro de 2022, faltando dois meses até ao final do ano, com 76 reuniões de bancos centrais ainda por realizar. As exceções às subidas, até à data, contam-se pelos dedos de uma mão: China, Rússia, Turquia e Usbequistão, que têm cortado nas taxas, e o Japão, que não mexe nos juros (que estão em terreno negativo) desde 2016.
Recorde-se que o ciclo mudou em 2021, depois de mais de 207 decisões de descida dos juros no ano do choque da pandemia em 2020, em que a política monetária foi agressivamente expansionista (cortando nos juros e ampliando os programas de aquisição de títulos no mercado). O juro médio caiu de 5,69% em 2019 para 4,18% em 2020.
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