Efacec: trabalhadores “estão à nora”, diz sindicato. DST deseja “o melhor” para a empresa
“Nesta fase, já não acreditam nos privados nem no Estado”, afirma Sérgio Sales, dirigente do SITE-Norte
“Nesta fase, já não acreditam nos privados nem no Estado”, afirma Sérgio Sales, dirigente do SITE-Norte
“Na Efacec, os trabalhadores continuam a querer o mesmo de sempre. Querem que o Estado continue a ser o acionista maioritário e a zelar pelo interesse público, pelos seus postos de trabalho e pela empresa”, diz ao Expresso Sérgio Sales, dirigente do SITE Norte, sindicato que representa muitos dos cerca de 2 mil trabalhadores da Efacec.
Numa reação à confirmação oficial de que a venda à DST caiu, mas o Governo continua a procurar uma solução, Sérgio Sales reitera a convicção de que "o melhor cenário continua a ser a integração da empresa no sector empresarial do Estado". E "as dificuldades na privatização, confirmam isto", sustenta preocupado "com a destruição progressiva de uma empresa única".
Numa breve reação ao anúncio do Governo de que a venda da empresa falhou "dado não se terem verificado todas as condições necessárias à concretização" do acordo de alienação à DST, a empresa nortenha, liderada por José Teixeira emitiu um comunicado dando conta que o negócio não avançou em que se limita a comentar :" Finda esta etapa, importa sublinhar os esforços de todas as partes envolvidas que desde o primeiro momento, em conjunto com a DST e os seus consultores, estiverem arduamente empenhados na concretização desta operação".
"(Reestruturação) é uma expressão que tem normalmente consequências trágicas para o lado dos trabalhadores"
“Desejamos o melhor para a Efacec”, acrescenta a DST.
Do lado sindical, no entanto, é evidente o "receio de que a próxima tentativa de privatização possa vir a lesar ainda mais o erário público e os interesses dos trabalhadores", diz Sérgio Sales preocupado com a palavra "reestruturação", pronunciada pelo responsável da pasta da economia, António Costa Silva.
Para quem é dirigente sindical, ouvir esta palavra "remete, de imediato, para um cenário de despedimentos e de fragmentação de negócio", assume. "É uma expressão que tem normalmente consequências trágicas para o lado dos trabalhadores", refere.
"Numa empresa que do ponto de vista do interesse público devia de estar a trabalhar, mas onde os trabalhadores passam oito horas por dia parados por que não há matérias-primas para fazer nada o quadro é, obviamente, de degradação", sublinha.
"Os trabalhadores estão à nora", "nesta fase, já não acreditam nos privados nem no Estado. Os primeiros deixaram a empresa numa situação de rutura. O Estado deu alguma confiança, mas já levamos mais de dois anos disto, e continua a não haver solução à vista", conclui.
Ainda sem resposta para o pedido de audiência apresentado no Ministério da Economia e do Mar sobre a Efacec, o SITE Norte, sindicato que representa os sectores da energia e indústrias elétricas e eletrónicas, entre outras, adianta que se os trabalhadores da Efacec "continuarem a ser esquecidos" pelo governo, "tratarão de procurar falar com o Senhor Ministro da Economia e do Mar sempre que ele vier ao Porto".
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