Economia

Soberania alimentar nacional está comprometida, alertam produtores de lacticínios

Soberania alimentar nacional está comprometida, alertam produtores de lacticínios
PATRICIA DE MELO MOREIRA/ Getty Images

Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios acredita que leite pode fazer mais pelo interior do que os nómadas digitais

“A autossuficiência de Portugal no sector dos laticínios está em causa e, consequentemente, a soberania alimentar nacional está comprometida". A frase é de Casimiro de Almeida, presidente da ANIL - Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios, para alertar que no respeita a leite, queijo ou iogurtes, tal como noutros sectores de atividade, o tema da autosuficiência e da dependência económica de terceiros "não é uma questão menor, como a atual conjuntura tem vindo a provar".

O dirigente associativo referiu as "grandes dificuldades" enfrentadas pelas empresas neste momento, apontando fatores como as subidas dos preços da energia, dos custos da alimentação animal e dos adubos, mas também a dificuldade de fazer repercutir tudo isto no preço final.
No Encontro Nacional de Lacticínios, esta sexta-feira, Casimiro de Almeida fundamentou este alerta referindo que "a cadeia de valor do sector opera com margens de comercialização exíguas".
Com o devido respeito pelas novas tendências de trabalho geradas pela pandemia e potenciadas pela evolução das tecnologias de comunicação, não é com os nómadas digitais que vamos assistir à inversão dos fluxos populacionais para o litoral”

“A sobrevivência do setor da exploração leiteira está em causa”, sublinhou certo de que "quando uma exploração encerra, normalmente o produtor não retorna esta atividade" e apelando ao Estado para a adoção de medidas orçamentais a nível fiscal tendo em conta a subida exponencial dos custos, das taxas de juro e o respetivo impacto na rendibilidade das empresas.

O presidente da ANIL deixou ainda uma nota sobre a importância deste e doutros sectores para a revitalização e fixação de população no interior. “Com o devido respeito pelas novas tendências de trabalho geradas pela pandemia e potenciadas pela evolução das tecnologias de comunicação, não é com os nómadas digitais que vamos assistir à inversão dos fluxos populacionais para o litoral”, disse.
"É sim, com a criação de condições para a sustentabilidade da produção e geração de valor em setores como este dos lacticínios", afirmou em defesa da importância da fileira láctea num pais que quer fixar populações em zonas agrárias e no interior, reduzir o fluxo migratório para o litoral, desenvolver áreas geográficas não urbanas.

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