Economia

Bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas: “Os auditores não são uns profissionais liberais quaisquer”

28 outubro 2022 22:09

Diogo Cavaleiro

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Elisabete Miranda

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Ana Baião

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Em entrevista ao Expresso, Virgílio Macedo assume não ver utilidade em mexidas trazidas pela lei das ordens profissionais, em discussão no Parlamento

28 outubro 2022 22:09

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Elisabete Miranda

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Ana Baião

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Em 1972, a legislação que regulamentou a distinta atividade de revisor oficial de contas (ROC) limitava a profissão às pessoas com “sérias garantias de boa formação moral e de competência profissional”. Cinquenta anos depois, ainda a lamber as feridas dos escândalos financeiros, nacionais e internacionais, que abalaram a credibilidade do sector, Virgílio Macedo, o bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC), garante que todos os predicados se mantêm válidos: a classe é aberta, altamente qualificada e sujeita a sucessivos controlos, que a OROC até faz melhor que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) (ver texto em baixo). Além disso, tem na reputação o seu maior ativo: “No dia em que o auditor perder a sua credibilidade, deixa de ter negócio.”

Virgílio Macedo chegou à OROC há cerca de ano e meio, destronando o antigo bastonário, e, por esta altura, em entrevista ao Expresso, diz ter resultados para mostrar. Para já, “inovámos em termos de comunicação”. A OROC passou de uma “atitude mais low profile para uma comunicação mais presencial junto dos meios de comunicação social”, começa por indicar. A sua passagem anterior pela Assembleia da República, que considerou ser uma mais-valia para este cargo, também já lhe permitiu estabelecer pontes de forma mais expedita. Um exemplo são as conversas com o Governo para garantir que todas as entidades obrigadas a ter ROC cumprem efetivamente a lei. E dá o exemplo de um conjunto de sociedades de responsabilidade limitada que “já deveriam estar a ter as suas contas certificadas, mas não nomeiam ROC”, sem que haja “qualquer controlo por parte da Autoridade Tributária”. Solução? Aplicar as regras que já existem para os contabilistas. “Se quando entrega as contas anuais a entidade não tiver um ROC nomeado, não pode entregar a IES [informação empresarial simplificada].”