Economia

Lagarde garante que BCE não se deixa condicionar nem pelos governos nem pelos mercados

Christine Lagarde, presidente do BCE, já avisou para novos aumentos dos juros nas próximas reuniões da instituição
Christine Lagarde, presidente do BCE, já avisou para novos aumentos dos juros nas próximas reuniões da instituição
Wolfgang Rattay/REUTERS

Depois de críticas de vários governos da zona euro à subida de juros, a presidente do Banco Central Europeu reafirmou, esta quinta-feira, durante a conferência de imprensa em Frankfurt, que o aperto na política monetária é para continuar

“Não estaremos na dependência da política orçamental. Nem dos mercados financeiros”, disse esta quinta-feira em conferência de imprensa Christine Lagarde, a presidente do Banco Central Europeu (BCE). A francesa repetiu que o BCE não cede a pressões, depois de o conselho do banco ter decidido aumentar em mais 75 pontos-base as taxas de juro.

A taxa principal aumentou para 2% (e vai contagiar as taxas Euribor, que influenciam o mercado do crédito) e a taxa de remuneração dos depósitos dos bancos comerciais no Eurosistema subiu para 1,5%.

Na conferência de imprensa, fez-se eco das críticas recentes de governos da zona euro à subida persistente dos juros pelo banco central num momento em que o espaço da moeda única vive um abrandamento económico acentuado que se vai agravar.

Foram citados os casos de críticas oriundas da França e nomeadamente da nova primeira-ministra italiana. Lagarde respondeu que “não comenta discursos políticos”, mas que o BCE se centra no cumprimento do seu mandato de estabilidade de preços, que, na atual situação, exige o combate ao surto inflacionista que gera a carestia de vida.

Lagarde admitiu que há um atraso entre as decisões de política monetária e o seu efeito prático, e que, na próxima reunião, a 15 de dezembro, se avaliará a situação, com base nas novas projeções macroeconómicas que vão ser apresentadas pelos economistas do BCE.

Lagarde também acentuou que as decisões do BCE não se deixam pressionar pelos mercados financeiros, que têm avançado com uma determinada taxa de juros a atingir neste ciclo de subida iniciado em julho. A presidente do BCE reiterou que as decisões vão ser tomadas reunião a reunião e com base nos dados. O BCE deixou de antecipar qualquer magnitude para a subida dos juros no futuro, frisou a presidente da instituição.

O BCE já aumentou os juros em 200 pontos-base (dois pontos percentuais) desde julho e garante que vai continuar a subi-los até que os efeitos de descida da inflação para o objetivo de política monetária (2%) sejam visíveis, mas não adianta qualquer ritmo futuro.

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