A EDP alcançou nos primeiros nove meses deste ano um resultado líquido positivo de 518 milhões de euros, um pouco mais de 1% acima do lucro de 510 milhões de euros obtido em igual período de 2021.
Apesar do ligeiro crescimento, as contas estão influenciadas negativamente por perdas de quase 200 milhões de euros nas operações em Portugal. Esse impacto foi compensado por desempenhos positivos noutras geografias, refletindo a dispersão das operações da EDP Renováveis, cujo lucro até setembro mais do que duplicou.
O resultado obtido até setembro é o melhor alcançado pela EDP nos últimos cinco anos para os primeiros nove meses do ano. É preciso recuar a 2017 para encontrar um desempenho melhor: nesse ano a EDP ganhou 1147 milhões de euros até setembro, embora as contas tenham sido influenciadas pela venda da espanhola Naturgás.
Numa base recorrente (expurgando as contas de efeitos extraordinários), o lucro da EDP de janeiro a setembro de 2022 ascendeu a 512 milhões de euros, ficando ligeiramente acima dos 510 milhões de euros de 2021, mas abaixo dos ganhos dos anos anteriores.
Na quarta-feira a EDP Renováveis já tinha apresentado as suas contas do período de janeiro a setembro, com o seu lucro a disparar 181% em termos homólogos, para 416 milhões de euros, beneficiando de um crescimento do volume de energia produzida e do preço médio de venda da eletricidade.
No conjunto do grupo EDP a margem bruta dos primeiros nove meses do ano subiu 19%, para 4,33 mil milhões de euros, e o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) aumentou 21%, para 3,05 mil milhões de euros.
O resultado dos primeiros nove meses, nota a EDP, foi “totalmente suportado pelo bom desempenho das operações internacionais, com destaque para a atividade de energias renováveis na Europa, e das operações de redes de eletricidade no Brasil”.
Contudo, Portugal deu prejuízo. “A seca extrema (produção hídrica 63% abaixo do esperado) conjugada com os elevados preços de eletricidade no mercado grossista ibérico neste período (186 euros por MWh, +137%), foram o principal contributo para o resultado líquido negativo em Portugal de 181 milhões de euros”, explica a EDP.
Dívida líquida dispara para 15,2 mil milhões
A dívida líquida da EDP no final de setembro ascendia a 15,2 mil milhões de euros, um agravamento de cerca de mil milhões de euros em apenas três meses (em junho a dívida era de 14,15 mil milhões de euros).
Em comparação com o final de 2021, quando estava nos 11,5 mil milhões, a dívida líquida da EDP deu um salto de 32%.
A empresa justifica este aumento com a “aceleração do investimento, sobretudo em renováveis e redes de eletricidade”.
O investimento total do grupo até setembro ascendeu a 5,5 mil milhões de euros, duplicando o registo do ano anterior.
Notícia atualizada às 18h02 com mais informação.
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