Economia

Credit Suisse tem prejuízos de 4 mil milhões de euros e vai despedir 9000 pessoas

Credit Suisse tem prejuízos de 4 mil milhões de euros e vai despedir 9000 pessoas

O banco suíço teve um prejuízo de cerca de 4 mil milhões de euros, uma boa parte devido a processos judiciais. Perante os prejuízos anunciou que vai aumentar o capital, mas vai também despedir pessoas

O banco Credit Suisse registou, no terceiro trimestre, um prejuízo de 4034 milhões de francos suíços (cerca de 4065 milhões de euros ao câmbio atual) o que contrasta com o lucro de 434 milhões de francos suíços (437 milhões de euros) obtido no mesmo trimestre do ano passado. E perante os prejuízos haverá despedimentos.

No total dos primeiros nove meses do ano o prejuízo acumulado é já de 5,9 mil milhões de francos (5,94 mil milhões de euros).

As receitas do trimestre em análise caíram 30%, para 3804 milhões de francos (3833 milhões de euros) e as despesas, apesar de inferiores em 10% às do ano passado, voltaram a superar as receitas (4125 milhões de francos, ou 4157 milhões de euros).

Entre janeiro e setembro a queda na receita é mais acentuada. Nos nove meses a receita caiu 35%, para 11,8 mil milhões de francos (11,9 mil milhões de euros) e as despesas cresceram 8%, para 13,8 mil milhões de francos (13,9 mil milhões de euros).

“O terceiro trimestre, e no geral 2022, tem sido significativamente afetado pelo contínuo desafio do mercado e das condições macroeconómicas, levando a um desempenho mais fraco, particularmente para o nosso banco de investimento. O nosso recente desempenho a nível do grupo tem sido dececionante para os nossos acionistas. A partir de hoje, estamos a tomar uma série de ações para voltar ao foco”, indica, citado na nota, o presidente executivo do banco, Ulrich Körner.

O resultado antes de impostos foi, contudo, ligeiramente melhor, apesar de ainda ser negativo. No trimestre o banco teve um resultado negativo, antes de impostos, de 342 milhões de francos (344 milhões de euros) e nos nove meses até setembro de 1943 milhões de euros (1958 milhões de euros).

Estes números indicam que, apesar de a atividade não estar rentável, é no pagamento de impostos e outros encargos que o banco se afunda. “Continuamos a adotar uma abordagem proativa para reduzir os nossos litígios, incluindo através os casos herdados”, indica a nota do Credit Suisse.

O banco tem visto uma série de escândalos, sendo a mais recente um acordo, com as autoridades judiciárias francesas, de pagamento de 238 milhões de euros para evitar a abertura de processos criminais por angariação ilegal de clientes em França e por permitir lavagem de dinheiro.

Recentemente, o banco também sondou os investidores para aumentar o capital, o que seria a quarta vez em sete anos. Tal, foi confirmado na nota desta quinta-feira: “Credit Suisse anunciou hoje a sua intenção de angariar capital com receitas brutas de 4 mil milhões de francos suíços através da emissão de novas ações a investidores qualificados, incluindo o Banco Nacional Saudita”.

Tudo isto acontece ao mesmo tempo que o banco planeia diminuir a sua força de trabalho. Segundo escreve a imprensa internacional, o banco pretende cortar 9000 empregos em três anos, sendo que cerca de 2700 vão sair da empresa no curto prazo.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rrrosa@expresso.impresa.pt

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