O Bank Millennium, banco polaco do BCP, obteve um prejuízo de 1001 milhões de zlótis (214,3 milhões de euros) entre julho e setembro, o que eleva o prejuízo acumulado no ano para 1264 milhões de zlótis (270,5 milhões de euros). Nos primeiros nove meses de 2021 o Bank Millennium tinha tido um prejuízo de 823 milhões de zlótis (181 milhões de euros ao câmbio de então).
Em comunicado, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco explica que “este nível de perdas trimestrais deveu-se sobretudo ao reconhecimento antecipado dos custos relacionados com as moratórias de crédito que afetaram os bancos polacos em julho”.
Não fossem estes custos e o Millennium teria um resultado positivo de 152 milhões de zlótis (32,5 milhões de euros), apesar de ainda “incorrer em custos elevados relacionados com créditos hipotecários denominados em CHF [francos suíços] bem como de outros itens extraordinários com impacto negativo no trimestre”.
Os créditos concedidos em francos suíços continuam a pesar nas contas, são aliás “o principal condicionante do negócio core do grupo”. O total de provisões para riscos legais relacionadas com a carteira créditos em francos suíços ascendeu a 498 milhões de zlótis (106,6 milhões de euros) no terceiro trimestre.
Até setembro, o ROE (rentabilidade dos capitais próprios, do inglês ‘Return on Equity’) foi de -28,6% e o ROE ajustado situou-se nos 24,6%.
Já o rácio cost/income (o valor dos custos face ao resultado operacional do banco) foi de 41,6% e rácio cost/income ajustado de 32,6%.
O banco refere ainda que a margem financeira cresceu, no terceiro trimestre, 75,3%, a nível homólogo, e 7,8% em cadeia, devido ao aumento das taxas de juro. Já as comissões líquidas 1,5% face ao ano anterior e 13% face ao segundo trimestre.
Quanto aos custos operacionais, houve uma subida de 34,5% em termos homólogos e uma queda de 31,8% em cadeia, “principalmente devido ao aumento das contribuições obrigatórias e à contribuição para o esquema de proteção institucional ('IPS')”.
O Millennium tinha, no fim de setembro, 2,9 milhões de clientes ativos na Polónia, mais 50 mil no trimestre e mais 190 mil que em setembro de 2021. Os depósitos cresceram 3% e os empréstimos 1%.
A produção trimestral de créditos hipotecários na moeda polaca caiu 36% em relação ao segundo trimestre e 19% face ao período homólogo.
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