Economia

Portugal, Espanha e França chegam a acordo para reforço de interligações energéticas

Foto publicada por António Costa no Twitter após um acordo que venceu a histórica resistência francesa sobre as interligações
Foto publicada por António Costa no Twitter após um acordo que venceu a histórica resistência francesa sobre as interligações
D.R.

O projeto MidCat, um gasoduto que ligaria Espanha e França por via terrestre, vai ser abandonado e trocado por um gasoduto marítimo entre Barcelona e Marselha. Infraestrutura irá viabilizar terceira interligação de gás entre Portugal e Espanha

O primeiro-ministro português, António Costa, o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e o presidente francês, Emmanuel Macron, chegaram a um acordo para o reforço das interligações energéticas entre a Península Ibérica e França, quer no gás natural, quer na eletricidade.

Esse acordo passará por desistir do gasoduto MidCat, que ligaria a Catalunha ao Sul de França por via terrestre, mas em alternativa avançará um gasoduto marítimo ligando Barcelona a Marselha, chamado BarMar.

António Costa anunciou no seu perfil na rede social Twitter este acordo, que referiu como “bases de um entendimento sobre as interligações energéticas”, prometendo para o início de dezembro uma nova reunião entre os três países para avançar neste dossiê.

"Chegámos a acordo – os três governos – de substituir o projeto do MidCat por um novo projeto, que se irá chamar um corredor de energia ‘verde’, que irá unir a Península Ibérica a França e, portanto, ao mercado energético europeu, através da alternativa Barcelona e Marselha, criando um ‘pipeline’ [gasoduto] para o hidrogénio ‘verde’ e também durante a transição para o gás, entre Barcelona e Marselha", declarou ainda, citado pela Lusa, o chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, na chegada ao Conselho Europeu, em Bruxelas.

O acordo agora alcançado vence a resistência que durante meses França manifestou à concretização do projeto MidCat, afirmando que ele era demasiado caro e que não respondia às necessidades imediatas da Europa em matéria de segurança energética.

Os três países comprometem-se agora a criar um “corredor verde”, com esse novo gasoduto marítimo, de Barcelona a Marselha, que deverá estar preparado para transportar hidrogénio verde da Península Ibérica para o centro da Europa.

Além disso, este “corredor verde” implicará a construção da terceira interligação de gás entre Portugal e Espanha, que há anos está prevista no papel, mas nunca chegou a avançar. Esse gasoduto ligará Celorico da Beira, em Portugal, a Zamora, em Espanha.

E os três países assumem que estas novas infraestruturas serão construídas para transportar hidrogénio verde, ainda que possam temporariamente transportar gás natural. “Estas infraestruturas de hidrogénio devem estar tecnicamente adaptadas para transportar outros gases renováveis, bem como uma parte limitada de gás natural, como fonte de energia temporária e de transição”, refere um comunicado conjunto dos três governos.

Adicionalmente, os três países comprometeram-se a fazer esforços para concluir uma nova interligação de eletricidade entre Espanha e França através do Golfo da Biscaia.

Os chefes de Governo voltarão a reunir-se a 9 de dezembro em Alicante, Espanha, para definir o calendário e fontes de financiamento destes projetos.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas