20 outubro 2022 23:20

Apesar de as taxas de juros estarem a subir e os bancos a terem melhores margens, a remuneração dos depósitos continua congelada
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Em toda a zona euro, só na Irlanda se paga menos pelos depósitos bancários do que em Portugal. No crédito à habitação, a taxa de juro no país está também entre as mais baixas, mas sofreu o terceiro maior aumento na zona euro desde dezembro de 2021
20 outubro 2022 23:20
Tem poupança acumulada e está a pensar onde a colocar? Se a resposta que lhe ocorre é depósitos bancários, esqueça. A não ser que queira continuar a abdicar de qualquer retorno. É que, apesar do contexto de forte subida dos juros na Europa — associado ao sucessivo endurecimento da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) para travar a inflação, que se encontra em máximos desde a criação da moeda única —, os depósitos na banca nacional continuam a render pouco mais de zero. Aliás, Portugal é o segundo país da zona euro onde os bancos menos pagam pelos depósitos das famílias e os juros não estão — pelo menos para já — a subir. Por contraponto, no crédito à habitação, apesar de a taxa de juro ficar entre as mais baixas no espaço da moeda única, é das que mais está a aumentar desde o início do ano.
Os números não deixam margem para dúvidas. Em agosto (último valor disponível), a taxa de juro anual dos novos depósitos das famílias em Portugal, com maturidade superior a um ano — que nos dá uma aproximação aos depósitos a prazo —, estava, em média, nos 0,07%, indicam os dados do Eurossistema (que agrega o BCE e os bancos centrais nacionais da zona euro). Era a segunda mais baixa entre os 19 países do euro, apenas atrás da Irlanda. Mais ainda, no caso português, esta taxa situava-se exatamente no mesmo patamar onde se encontrava no final do ano passado, sem qualquer incremento. Isto quando todos os outros países da moeda única — com exceção da Irlanda — registaram aumentos.