A ideia de limitar os preços do gás, que está a dividir os Estados membros da União Europeia (UE), só pode funcionar em estreita cooperação com parceiros externos, como Coreia do Sul e Japão, afirmou esta quinta-feira o chanceler alemão.
Estabelecer um preço máximo "traz sempre o risco de que os produtores vendam o seu gás em outro lugar, e que nós, europeus, acabemos com menos gás em vez de mais", afirmou hoje Olaf Scholz ao Parlamento do país (Bundestag), antes de uma cimeira europeia em Bruxelas.
"É por isso que a UE precisa se coordenar estreitamente com outros consumidores de gás, por exemplo, Japão e Coreia, para não ocorrer uma competição entre si", sublinhou.
Várias propostas da Comissão Europeia (CE) para reduzir os preços da energia serão discutidas entre hoje e sexta-feira numa cimeira europeia de chefes de Estado e de Governo em Bruxelas.
Quinze Estados, incluindo a França, pediram um teto para as importações de gás europeu no início de outubro.
Entretanto, Berlim se opõe ferozmente a isso, temendo agravar as tensões de fornecimento de gás natural liquefeito (GNL) em um mercado mundial tenso, assim como os países da Europa Central [Áustria, Hungria], que ainda são dependentes dos hidrocarbonetos russos e temem que Moscovo encerre completamente o fornecimento.
Olaf Scholz, por outro lado, saudou, perante os deputados alemães, as propostas da Comissão Europeia “visando criar grupos de compra de empresas europeias para comprar gás em comum”.
O chanceler renovou o seu apelo aos países produtores para que ajam para limitar o aumento dos preços.
"Estou convencido de que países como Estados Unidos, Canadá ou Noruega, que se solidarizam com a Ucrânia, têm interesse que a energia não se torne inacessível na Europa”, disse.
"Putin também usa a energia como arma", reafirmou, mas o líder alemão assegurou que isso não prejudicou a determinação dos Ocidentais de apoiar a Ucrânia.
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