Cristina Casalinho vai dirigir sustentabilidade do BPI
Depois de sair do IGCP, Cristina Casalinho vai regressar à casa onde foi economista-chefe até 2012. Acumulará o novo cargo com a administração não executiva na Fundação Calouste Gulbenkian
Depois de sair do IGCP, Cristina Casalinho vai regressar à casa onde foi economista-chefe até 2012. Acumulará o novo cargo com a administração não executiva na Fundação Calouste Gulbenkian
Jornalista
A antiga responsável por dirigir a dívida pública portuguesa vai agora preocupar-se com a sustentabilidade do Banco BPI, onde há uma década era quem olhava para a evolução económica.
“Cristina Casalinho é a nova diretora executiva de sustentabilidade do BPI. Após 10 anos na Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública (IGCP), regressa ao banco onde foi, até 2012, responsável pelo Departamento de Estudos Económicos e Financeiros”, de acordo com uma nota enviada pelo BPI às redações esta terça-feira, 18 de outubro.
Esta posição, a iniciar-se a 1 de novembro, no banco detido pelos espanhóis do CaixaBank vai ser acumulada com o cargo de administradora não executiva da Fundação Calouste Gulbenkian, que Cristina Casalinho exerce desde julho deste ano. O BPI é uma das entidades privadas que tem ajudado esta fundação.
Economista, Cristina Casalinho foi presidente do IGCP de 2014 a 2022, sendo que já era administradora da agência que gere a dívida pública portuguesa nos dois anos anteriores, aquando da presidência de João Moreira Rato. Nos nove anos anteriores foi economista-chefe do BPI, sendo que para ali entrara pela primeira vez em 1992, quando a estrutura acionista da instituição era bem diferente e mais variada – agora é só o CaixaBank que manda.
Na nota enviada às redações, Cristina Casalinho surge citada dizendo que “os bancos, pela centralidade no funcionamento das economias, desempenham um papel preponderante na promoção e adoção da sustentabilidade, pelos compromissos em termos e transparência no reporte de atividades, mas também no que respeita à oferta de produtos e soluções, ou em termos de decisões de investimento e financiamento”.
A sustentabilidade é um dos ramos que o BPI delineou como estratégicos e prioritários para os próximos anos. Está já em curso um plano diretor de sustentabilidade 2022-2024 que, segundo o comunicado, tem o “objetivo de apoiar a transição sustentável de empresas e particulares, e de liderar em impacto social positivo e nas melhores práticas de governação”.
Esses objetivos para 2024 já estão definidos e é com eles que Casalinho terá de trabalhar. Um deles define que têm de ser captados 4 mil milhões de euros em volume de negócios sustentável: 2 mil milhões em créditos sustentáveis a empresas e particulares; outros 2 mil milhões em ativos sob gestão, fundos e seguros que sejam desenhados segundo critérios de sustentabilidade.
Outro dos compromissos que estão definidos para a área de sustentabilidade, social e governação (as siglas conhecidas como ESG) é o de ter pelo menos 43% de mulheres em posições diretivas – é a percentagem de mulheres em posições diretivas pretendida para os balcões com mais de 10 funcionários e em todas as funções dos serviços centrais.
Casalinho passa a diretora executiva de um banco em que a comissão executiva (administradores executivos) não conta com nenhuma mulher. Apenas no conselho de administração há administradoras não executivas (quatro em 15).
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