A proposta de tarifas reguladas de eletricidade para 2023, apresentada esta segunda-feira pela ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos tem subjacente uma forte redução da dívida tarifária do sistema elétrico no próximo ano.
Segundo o comunicado da ERSE, a dívida tarifária no final do próximo ano será de 879 milhões de euros. É o valor mais baixo dos últimos 15 anos e é também a primeira vez, nessa década e meia, que a dívida tarifária cai para menos de mil milhões de euros.
A dívida tarifária (que resulta do facto de durante vários anos os consumidores de eletricidade terem pago nas suas tarifas menos do que o que seria necessário para cobrir todos os custos do sistema elétrico) terá em 2023 uma redução de 830 milhões de euros face ao valor que a ERSE estimou para 2022, ligeiramente acima de 1,7 mil milhões de euros.
Recorde-se que o pico deste problema (e é um problema porque quanto mais dívida tarifária um sistema elétrico tenha mais juros tem de suportar, além da obrigação de amortizar essa dívida, pressionando as faturas dos consumidores) ocorreu em 2015, quando a dívida tarifária chegou a 5,08 mil milhões de euros.
Desde então a dívida tarifária da eletricidade em Portugal tem sempre diminuído de ano para ano, com excepção de 2021, quando estabilizou nos 2,76 mil milhões de euros.
A redução do saldo por pagar nos últimos anos permitiu também baixar os juros dessa dívida. Em 2023 não chegarão a 14 milhões de euros.
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