Para fechar de vez um processo que tem a correr na justiça norte-americana relacionado com títulos hipotecários - produtos financeiros derivados que contribuíram em muito para espoletar a grande crise de 2008 - o Credit Suisse irá pagar 495 milhões de dólares (cerca de 509 milhões de euros ao câmbio atual), noticia o Financial Times esta segunda-feira, 17 de outubro.
O ministério público norte-americano queria originalmente que o banco suíço, imerso em escândalos financeiros que têm tido um impacto muito substancial nas contas nos últimos anos, pagasse até 3 mil milhões de dólares (3,1 mil milhões de euros) em indemnizações relacionadas com a venda das chamadas mortgage-backed securities.
Os títulos hipotecários são títulos financeiros complexos que tinham como colateral créditos à habitação de qualidade duvidosa e que foram uma peça-chave no colapso do sistema financeiro norte-americano em 2008 e na crise financeira global que se seguiu.
O banco já anunciou ter criado provisões para pagar o montante acordado com a justiça norte-americana, avançando que tem ainda cinco processos a correr relacionados com estes títulos.
Segundo o FT, o acordo é um exemplo da mudança de estratégia do Credit Suisse dos últimos anos face à anterior, de contestar a sua responsabilidade na comercialização destes produtos, ao contrário de concorrentes que tendiam a assumir as responsabilidades em tribunal.
Numa altura em que o banco lida com um “buraco” de capital estimado em até 4,6 mil milhões de euros, o Credit Suisse está a dar prioridade à resolução de pendentes judiciais, sublinha o jornal.
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