Economia

Alimentação: custo do cabaz de produtos básicos aumentou 15% em dez meses

Alimentação: custo do cabaz de produtos básicos aumentou 15% em dez meses
D.R.

Segundo o Banco de Portugal, de outubro de 2021 a agosto de 2022 os cereais e a carne registaram os aumentos mais elevados, da ordem dos 20%, enquanto os laticínios e vegetais tiveram aumentos acima de 10%

Entre outubro de 2021 e agosto de 2022 o crescimento médio do custo do cabaz de produtos alimentares básicos situou-se em torno de 15%, com preços de alguns produtos com variações superiores a 20% e outros com variações negativas.

Esta é uma das conclusões do boletim do Banco de Portugal (BdP), publicado esta quinta-feira, que considerou um cabaz composto por 25 produtos e as quantidades de consumo mensal recomendadas.

Os preços dos produtos alimentares considerados foram obtidos a partir dos valores fixados nas plataformas de venda online dos principais retalhistas alimentares a operar em Portugal. Por outro lado, a recolha de informação foi feita pelo Banco de Portugal com periodicidade diária.

Preços são afetados pelas campanhas promocionais

No estudo pode ainda ler-se que os dados recolhidos ficaram disponíveis de forma harmonizada a partir do final de setembro de 2021, momento anterior ao início das subidas significativas de preços. O BdP nota que “os preços tendem a ser muito afetados por campanhas promocionais, mas tal tende a diluir-se em termos mensais e entre retalhistas. Os preços praticados online podem diferir dos preços em loja, para além da existência de taxas de entrega ao domicílio”.

Neste relatório conclui-se ainda que entre outubro de 2021 e agosto de 2022 a evolução dos preços por unidade foi muito diferenciada nos produtos considerados no cabaz. Os cereais e a carne, por exemplo, registaram aumentos médios elevados, que em muitos casos superam os 20%. Já os laticínios e vegetais terão registado aumentos menores neste período, mas ainda assim acima de 10%.

Procura pressiona aumentos

“De realçar que alguns dos produtos com maiores aumentos de preço são aqueles para os quais a procura se dirige em períodos de dificuldades económicas, por serem substitutos dentro da respetiva classe”, explica o BdP.

E destaca também que “o custo do cabaz básico de consumo alimentar foi apurado para preços médios, medianos e nos percentis 10 e 90. Os percentis 10 e 90 traduzem o custo do cabaz básico de consumo nos cenários em que os indivíduos adquirem sistematicamente os produtos mais baratos ou mais caros, tanto em termos de gama de produto como de retalhistas. Em termos acumulados, no período de outubro de 2021 a agosto de 2022, o crescimento médio do custo do cabaz situou-se em torno de 15% para os diferentes grupos etários”.

Considerando os preços médios da semana terminada em 31 de agosto de 2022, o valor do cabaz, de acordo com a análise do BdP, foi mais elevado para o grupo dos adolescentes (168,80 euros) e mais reduzido para as crianças de dois anos (95,02 euros). Já o cabaz de consumo dos adultos apresenta um valor intermédio de 154,88 euros.

Subida generalizada de preços

O BdP sublinha que a situação económica recente tem-se caracterizado por uma subida forte e generalizada dos preços dos bens e serviços, “mas mais acentuada nos bens energéticos e alimentares. Estes bens são essenciais e, por isso, a sua procura é pouco sensível a variações de preços, o que pode gerar dificuldades para as famílias de menor rendimento”.

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