A holding detida a 100% pelo Banco Montepio já chegou a acordo para vender a participação que detinha no capital do Finibanco Angola. É o Access Bank, entidade detida a 100% pela Access Holdings Plc (“Access Corporation”), o comprador que estava em negociação e já tinha sido apresentado ao Banco Central de Angola que teve de dar luz verde à operação.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a holding Montepio sublinha que “o valor de venda terá como referência a proporção atribuível ao Grupo Banco Montepio nos capitais próprios do Finibanco Angola, os quais totalizavam 70 milhões de euros, com referência a 30 de junho de 2022”, assim como decorrerá “dos ajustamentos que vierem a ser apurados no âmbito de uma auditoria com conclusão prevista no segundo trimestre de 2023”.
O Finibanco Angola, presidido por Nuno Mota Pinto, foi alvo de um processo de contraordenação por parte do BNA e arrisca uma coima.
Na sexta-feira, 30 de setembro, o BNA levantou a suspensão a suspensão que tinha imposto ao Finibanco Angola. A suspensão era uma medida preventiva no âmbito de um processo de contraordenação por dúvidas sobre os procedimentos seguidos no banco relativamente a impedir a entrada de dinheiro ilícito no sistema financeiro. Como foram cumpridas as recomendações do BNA a suspensão foi levantada.
O Access Bank tem sede em Lagos, na Nigéria, é um banco comercial com mais de 700 balcões e pontos de atendimento. Com 30 anos esta instituição está presente em três continentes, 17 mercados e 45 milhões de clientes, refere o grupo Montepio em comunicado.
O banco nigeriano emprega mais de 28 mil pessoas na Nigéria e tem subsidiárias na Africa Subsaariana, no Reino Unido, uma filial no Dubai, Emirados Árabes Unidos e escritórios de representação na China, Líbano e Índia.
Ainda segundo o comunicado “a Access Corporation, empresa que detém o Access Bank, está listada na Bolsa de Valores da Nigéria desde 1998 e tem mais de 900.000 acionistas”.
O Finibanco Angola passou a fazer parte do universo do Banco Montepio quando o banco ainda liderado por António Tomás Correia, comprou o Finibanco por 350 milhões de euros, 100 milhões acima do valor de mercado.
A notícia foi atualizada às 21.15 para acrescentar que a 30 de setembro o BNA levantou a suspensão ao Finibanco
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