Economia

Como o choque fiscal de Truss afundou a libra

1 outubro 2022 15:05

Primeira-ministra britânica, Liz Truss

reuters

A desvalorização face ao dólar somou 5% em três sessões. Foi a sexta quebra cambial do Reino Unido em meio século

1 outubro 2022 15:05

Elizabeth Truss ainda não aqueceu o lugar no número 10 de Downing Street, e já viveu uma semana negra. Apanhou com uma crise cambial que afundou a libra em 5%, um disparo dos juros para máximos desde a crise financeira de 2008, uma quebra de mais de 2% na bolsa de Londres, e levou três raspanetes públicos de uma assentada.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), a agência Moody’s e até o ministro liberal das Finanças alemão, Christian Linder, avisaram-na das consequências negativas da “experiência” de um choque fiscal que vai custar um endividamento adicional de 72,4 mil milhões de libras (81 mil milhões de euros), segundo as contas do Debt Management Office do Reino Unido, a agência de gestão da dívida britânica. A Moody’s avisou que o pacote do chanceler do Tesouro (ministro das Finanças) Kwasi Kwarteng, revelado na sexta-feira passada, é “negativo” para o rating da dívida britânica. O FMI, numa declaração oficial pouco usual, teme o disparo dos custos estruturais de financiamento da dívida e a sabotagem do aperto que está a ser feito pelo Banco de Inglaterra (BoE). O liberal alemão vê o mau exemplo que Londres está a dar.