Economia

Caixa aceita negociar aumentos salariais com STEC em outubro mas recusa reforço em 2022

Caixa aceita negociar aumentos salariais com STEC em outubro mas recusa reforço em 2022
TIAGO MIRANDA

O sindicato mais representativo dos trabalhadores do grupo Caixa diz que o banco público “recusa qualquer negociação que produza efeitos em 2022”, mas aceita “começar a negociar uma nova proposta de revisão salarial” a partir de 13 de outubro. Antes disso será recebido pelo Presidente da República

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa (STEC), o mais representativo entre os restantes sindicatos do banco público, referiu esta segunda- feira que a administração da Caixa liderada por Paulo Macedo, recusa negociar um aumento adicional para fazer face à inflação como foi proposto pelo sindicato no início de setembro.

Em comunicado o STEC dá conhecimento de que “surpreendentemente, a CGD nada diz sobre a brutal e súbita subida da inflação e o galopante aumento de preço que todos os bens essenciais registam, escrevendo, pasme-se, que os atuais salários, prémios e promoções, são bastante generosos para fazer face à situação".

O sindicato mais representativo dos trabalhadores do grupo Caixa, liderado por Pedro Messias, que havia proposto para o segundo semestre de 2022 um aumento adicional, vem agora dizer que a sua proposta foi recusada, mas que a Caixa abriu a porta a negociações a partir de meados de outubro.

Sem surpresa, a CGD recusa qualquer negociação que produza efeitos em 2022, com o argumento que a tabela salarial atual foi negociada até 31 de dezembro de 2022, mas reconhece que a partir de 13 de outubro de 2022 pode legalmente começar a negociar uma nova proposta de revisão salarial”, dá nota o sindicato no comunicado enviado.

80 euros para todos os trabalhadores

Nesse sentido, e “perante esta situação lamentável e infelizmente recorrente”, o sindicato “vai, obviamente, solicitar o início de negociações a partir de 13 de outubro, procurando, como sempre, pela via do diálogo, encontrar respostas para a situação aflitiva que muitos trabalhadores e reformados da CGD já estão a viver”.

Recorda que “a proposta de aumento salarial e o estudo económico que a suporta, recentemente apresentado à CGD pelo STEC, que tem como base um aumento de 4,79% com um mínimo de 80 euros para todos os trabalhadores”.

O sindicato afirma já ter solicitado audiências aos vários responsáveis políticos, nomeadamente, à tutela da CGD, ou seja ao Ministério das Finanças, e “ao Presidente da República, sendo que este último irá receber o STEC ainda hoje”, segunda-feira.

E insiste: “É inaceitável que uma empresa que apresenta lucros astronómicos, não esteja disponível para assumir a sua responsabilidade social, apoiando os seus trabalhadores e reformados num dos momentos mais exigentes das últimas décadas!”.

Na nota que dá conta das negociações fracassadas, o STEC acusa a administração de não ser sensível. “De facto, quem aufere remunerações de milhões de euros vive num outro mundo e prova, com esta resposta, que nada se preocupa com aqueles que, à custa de muito esforço e por vezes enormes sacrifícios, lhes permitem receber esses principescos salários!”.

E concluiu que “esta é a lição que todos os trabalhadores devem ter presente quando são confrontados com exigências de trabalho absurdas ou, como tantas vezes sucede, grosseiramente abusivas”.

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