Economia

Revolut alvo de ataque informático na segunda semana de setembro. Dados de mais de 50 mil clientes afetados

Revolut alvo de ataque informático na segunda semana de setembro. Dados de mais de 50 mil clientes afetados
D.R.

Foi no dia 10 de setembro mas só se soube há poucos dias. A Revolut disse, numa nota aos clientes, que os atacantes não tiveram acesso a detalhes de cartões, PIN e palavras-passe

A Revolut, empresa de serviços financeiros digitais, ou fintech, como também são conhecidas estas empresas, anunciou esta terça-feira, 20 de setembro, que foi alvo de um ataque informático que acedeu a dados pessoais de 0,16% da sua base de clientes, ou perto de 50 mil clientes, de acordo com a página especializada Techcrunch.

O ataque ocorreu a 10 de setembro e foi isolado na manhã do dia seguinte, disse o porta-voz da fintech, Michael Bodansky, ao Techcrunch. “Um terceiro não-autorizado obteve acesso aos detalhes de uma pequena percentagem (0,16% dos nossos clientes por um pequeno período de tempo (…), os clientes que não receberam um email não foram impactados", acrescentou.

Segundo o Techcrunch, a Revolut, empresa de serviços financeiros digitais sediada na Lituânia, tem perto de 20 milhões de clientes. No reporte que a empresa fez às autoridades lituanas, a empresa disse que tinham sido afetados 50.150 clientes, 20.687 clientes no espaço económico europeu e 379 na Lituânia, dizendo que os atacantes poderão ter tido acesso a alguns dados relativos a pagamentos e a dados pessoais como nomes, moradas, telefones e endereços de correio eletrónico.

A Revolut disse, numa nota aos clientes, que os atacantes não tiveram acesso a detalhes de cartões, PIN e palavras-passe.

Numa nota enviada às redações, Rui Duro, diretor-geral da empresa de soluções de cibersegurança Check Point, classifica a forma de ataque à Revolut de “engenharia social, tal como o ataque realizado à Uber na semana passada”.

“Agora tendo acesso a estes dados, veremos provavelmente um aumento das tentativas de phishing ou de smishing [tentativa de captura de informações por SMS] pedindo às pessoas que redefinam senhas ou detalhes de contas. Qualquer cliente da Revolut tem de estar em alerta máximo para e-mails ou mensagens não oficiais que contenham ligações maliciosas”, avisa.

“Estes tipos de ataques de phishing podem ser muito persuasivos e podem parecer reais, dando-lhes uma alta probabilidade de sucesso. A formação de indivíduos sobre estas táticas é crucial”, diz.

“As organizações precisam de ter as suas redes devidamente segmentadas com várias camadas de segurança. É necessário que haja contas administrativas dedicadas com autenticação multi-factor (AMF) em cada serviço crítico. Com a AMF e uma robusta estratégia de confiança zero em vigor, a superfície de ataque teria sido reduzida, tornando o movimento lateral difícil, o que significa que os hackers por detrás deste ataque à Revolut não teriam provavelmente obtido acesso a 50.000 contas”, alerta.

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