Economia

Portugal já sente as ‘dores’ da subida dos juros pelo BCE

17 setembro 2022 17:44

ralph orlowski

O Tesouro pagou esta semana mais de 2,7% em emissão de dívida a 10 anos e as taxas Euribor a 6 meses subiram para 1,5%

17 setembro 2022 17:44

Os dois impactos mais diretos do aumento desde julho das taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE) sobre as finanças do país sentem-se já no encarecimento do crédito à economia e na subida do custo de financiamento da dívida pública.

Esta semana, a taxa Euribor a 6 meses (a mais usada como referência para o crédito à habitação) já atingiu mais de 1,5%, tendo aberto o ano em terreno bem negativo (ver texto pág. 16). No leilão de dívida pública, na quarta-feira, na colocação de obrigações do Tesouro português no prazo a 10 anos, o Estado já teve de pagar aos investidores um juro de 2,754%. Foi mais de um ponto percentual acima da taxa de 1,694% que pagou em abril aquando da operação sindicada de lançamento daquela linha que vence em julho de 2032. As projeções do algoritmo do portal financeiro World Government Bonds (WGB) apontam para um juro nos títulos portugueses a 10 anos em 3,4% no final deste ano, 100 pontos-base acima do custo de financiamento da dívida alemã. O que equivale a um spread de um ponto percentual, sensivelmente igual ao atual. Em termos globais das emissões de dívida portuguesa já realizadas em 2022, a taxa média de colocação já subiu de 0,6% no ano passado para 1,3% no final de julho. Mais do que duplicou.