Economia

Medina: "Perante uma crise inflacionária que afeta todos, o Estado apoia todos". Mariana Mortágua diz que é "um insulto"

Fernando Medina, ministro das Finanças
Fernando Medina, ministro das Finanças
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/Lusa

O ministro das Finanças, Fernando Medina, defendeu esta sexta-feira no Parlamento o pacote de medidas de apoio às famílias e realçou que “a nossa economia cresce a bom ritmo”. Os deputados da oposição não pouparam nas críticas

O ministro das Finanças, Fernando Medina, defendeu esta sexta-feira, na Assembleia da República, o plano do Governo para ajudar as famílias a suportar os aumentos de preços, afirmando que “perante uma crise inflacionária que afeta todos o Estado apoia todos”.

Medina realçou, no debate do pacote de medidas anti-inflação, que o leque de apoios que foi anunciado, responde às famílias, incluindo a classe média, mas “responde também às empresas, que ganham com a sustentação do poder de compra”.

Na sua intervenção inicial no Parlamento, Fernando Medina reiterou, como na apresentação do pacote, que se trata de “um plano oportuno”, mas também “prudente” e “eficaz”.

O ministro das Finanças notou ainda que “a nossa economia cresce a bom ritmo”, e que no mercado laboral o país conta agora com mais 100 mil empregos do que antes da pandemia.

O governante reafirmou que o Executivo está a trabalhar com “contas certas”, com o Estado a preparar-se para alcançar uma dívida pública inferior a 120% do Produto Interno Bruto (PIB). “Vamos conseguir tirar Portugal do pódio dos países mais endividados da União Europeia”, frisou Fernando Medina.

A intervenção inicial do ministro das Finanças foi recebida com críticas pela generalidade dos partidos da oposição. A deputada Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, afirmou que “o que o Governo tem a apresentar ao país é mesmo muito mau”. Mariana Mortágua disse ainda que a opção do Governo de recusar atualizar os salários dos funcionários públicos acompanhando a inflação “é um insulto para todas as pessoas”.

A deputada do Bloco de Esquerda questionou Medina sobre “onde estão as atualizações salariais”, “onde estão os mecanismos de controlo de preços dos bens essenciais” e por que é que o Governo não avançou ainda com uma taxa sobre os ganhos inesperados das empresas.

Numa primeira reação à intervenção de Medina, o deputado Bruno Dias, do PCP, salientou que “esta proposta do Governo prejudica os reformados e pensionistas”. E defendeu que o pacote “Famílias Primeiro”, ao contrário do que sugere o nome, não serve os interesses da generalidade das famílias. “Põe as famílias em primeiro lugar? Isso pode ser verdade para algumas famílias, como os Amorim ou os Mello”, criticou Bruno Dias.

O PSD, por seu turno, exigiu saber “quanto é que o Governo tirou face ao que diz estar a devolver às famílias”, enquanto o Chega, pela voz de André Ventura, qualificou o plano como “um roubo do Governo aos portugueses”. E o deputado Carlos Guimarães, da Iniciativa Liberal, criticou em particular a medida de limitação de atualização das rendas a 2% em 2023. “O que o PS está a fazer é uma medida de controlo de rendas que desvalorizará o poder de compra dos pequenos proprietários”, acusou Guimarães Pinto.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas