Economia

ANJE: Pacote de apoio às empresas é "tardio" e "insuficiente"

ANJE: Pacote de apoio às empresas é "tardio" e "insuficiente"
RUI DUARTE SILVA

O pacote do Governo para as empresas é “tardio e insuficiente", diz a ANJE - Associação Nacional dos Jovens Empresários, que propõe novas medidas como apoios diretos às empresas

As medidas de apoio às empresas apresentadas pelo Governo chegam tarde e não são suficientes para compensar a quebra das cadeias de abastecimento criada pela pandemia da covid-19 e a inflação agravada pela invasão russa da Ucrânia, considera a Associação Nacional dos Jovens Empresários (ANJE), em comunicado divulgado esta sexta-feira, 16 de setembro.

Apesar de a associação se congratular com a tomada de medidas - registando “especial agrado pelo reforço dos subsídios à fatura do gás, bem como os apoios à aceleração da eficiência e da transição energética nas empresas e a majoração de 20%, em sede de IRC, dos gastos com eletricidade, gás natural e fertilizantes”, a ANJE diz que o pacote é “tardio e insuficiente face à escalada dos custos motivada quer pela guerra na Ucrânia, quer pela continuação das disrupções nas cadeias de abastecimento provocadas pela pandemia”.

“A ANJE lamenta, sobretudo, a ausência de mais medidas de desagravamento e incentivo fiscal e tem dúvidas sobre a eficácia da linha de crédito com garantia mútua”, ressalva.

O presidente da associação, Alexandre Meireles, considera que “há o risco de a linha de crédito ter pouco interesse para a generalidade das empresas (…). Neste sentido, defendemos que a ajuda às empresas deve passar, essencialmente, por medidas de desagravamento e incentivo fiscal e por apoios diretos, à semelhança do que foi feito para as famílias”.

Segundo o líder associativo, depois do esforço financeiro do Estado durante a pandemia para apoiar as empresas e as famílias, "agora é fundamental um novo esforço para defender o tecido empresarial do agravamento dos custos, como está a ser feito nas principais economias europeias”.

“A associação defende, a nível fiscal, a introdução de novas isenções que baixem o custo da energia e de matérias-primas essenciais, a criação de mecanismos de majoração, em sede de IRC, para empresas que valorizem os salários ou agilizem a transição energética e digital e a aceleração dos reembolsos do IVA às empresas”, elenca.

A associação defende que se alarguem os “apoios ao consumo intensivo de gás a mais setores e empresas, pois o agravamento do custo desta fonte energética pesa na generalidade do tecido empresarial”, avança, tal como incentivos de substituição deste combustível por combustíveis verdes ou de racionalização do seu uso.

“A ANJE defende ainda políticas públicas para a atração e integração de imigrantes, de forma a combater o problema da escassez de mão-de-obra, que se abateu sobre as empresas ao mesmo tempo que a crise energética e inflacionista. Portugal deve desburocratizar o processo de acolhimento de imigrantes e desenvolver políticas ativas de captação de imigração, de acordo com as necessidades do país”, conclui.

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