17 setembro 2022 9:16

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O responsável do banco central considera importante apoiar os mais vulneráveis mas sem comprometer a orientação da política orçamental. E garante que o BCE não irá admitir movimentos desordenados nos juros da dívida.
17 setembro 2022 9:16
O vice-presidente do BCE garante que não irão ser permitidos “movimentos desordenados, indevidos e injustificados nos mercados de obrigações soberanas” e que, se necessário o Instrumento de Proteção da Transmissão poderá ser usado. Para já os spreads estão controlados e Portugal merece palavras elogiosas. A economia recuperou bem, o desemprego está abaixo da média europeia e a política orçamental é cautelosa.
A fragmentação ainda é um risco ou, com o anúncio do Instrumento de Proteção da Transmissão e o reinvestimento dos reembolsos de obrigações que vencem, já não é um problema?
Até agora, não vimos grandes sinais de fragmentação na Europa. Os spreads estão controlados, quando nos encontramos no processo de normalização da política monetária, e as curvas de rendimentos estão a subir. A fragmentação é algo que iremos combater, pois prejudica a transmissão das nossas decisões de política monetária. É uma posição unânime tomada por todo o Conselho do BCE. Para o efeito, temos dois instrumentos. Primeiro, a flexibilidade introduzida no reinvestimento dos reembolsos no âmbito do PEPP [programa de compra de dívida lançado na pandemia], que está a ser usada. Segundo, o Instrumento de Proteção da Transmissão, que permitirá aquisições de obrigações em jurisdições com uma deterioração das condições de financiamento não justificada à luz dos fundamentos económicos específicos do país. Com estes dois instrumentos, indicamos muito claramente que não permitiremos movimentos desordenados, indevidos e injustificados nos mercados de obrigações soberanas, caso representem uma ameaça para a transmissão da política monetária.