Economia

Comissão Europeia quer lançar um "banco de hidrogénio" e reforçar meios de combate aos fogos

Ursula Von der Leyen
Ursula Von der Leyen
YVES HERMAN/REUTERS

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, revelou que Bruxelas quer criar um “banco de hidrogénio” com 3 mil milhões de euros para dinamizar este mercado emergente

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta quarta-feira em Estrasburgo, no debate do Estado da União, que Bruxelas irá trabalhar para criar um “banco de hidrogénio”, de forma a dinamizar este novo mercado energético. E aproveitou a ocasião para anunciar também um reforço da capacidade europeia de combate a incêndios.

Notando que “o hidrogénio pode mudar a Europa”, Ursula von der Leyen revelou a intenção de “criar um banco europeu de hidrogénio”, para apoiar investimentos neste setor. Segundo a presidente da Comissão Europeia, “poderá investir 3 mil milhões de euros para ajudar a construir um mercado de hidrogénio”, num momento em que é necessário, frisou, passar dos projetos de nicho a infraestruturas de larga escala.

Outro dos anúncios feitos esta quarta-feira foi o de um reforço dos meios de combate aos incêndios, depois das situações críticas que a Europa viveu este verão. “Vamos duplicar a nossa capacidade de combate aos fogos”, afirmou Ursula von der Leyen, revelando que a Comissão propõe para o próximo ano a compra de 10 novos aviões anfíbios e três helicópteros de combate aos incêndios.

No seu discurso do Estado da União, von der Leyen também defendeu “mais flexibilidade no caminho de redução da dívida”, mas notou que isso tem de ser acompanhado por mais transparência e responsabilidade. Neste domínio, a presidente da Comissão prometeu avançar com uma proposta sobre a revisão das regras do défice e da dívida.

A intervenção da presidente da Comissão revelou ainda a intenção de Bruxelas de criar legislação para enquadrar a criação de reservas estratégicas de matérias-primas. Ursula von der Leyen realçou a importância de a Europa ter controlo sobre produtos como o lítio, para garantir o desenvolvimento de projetos industriais estratégicos. “Temos de assegurar que o futuro da indústria está na Europa”, afirmou Ursula von der Leyen.

Um mercado de eletricidade que “já não serve os consumidores”

Como era esperado, Ursula von der Leyen aproveitou o discurso do Estado da União para reiterar o empenho de Bruxelas num redesenho do mercado de eletricidade na Europa, devido ao elevado contágio dos preços da energia elétrica pelo disparo da cotação internacional do gás natural.

“O atual desenho de mercado da eletricidade já não serve os consumidores. Os consumidores devem sentir os benefícios das energias renováveis”, sublinhou Ursula von der Leyen.

Reconhecendo que o processo de redesenhar os mercados de eletricidade é “muito complexo”, Ursula von der Leyen confirmou que a Comissão quer criar um limite à remuneração dos produtores de eletricidade, nomeadamente de energias renováveis, que têm lucrado com preços grossistas mais altos, impulsionados pelo disparo do preço do gás.

Além disso, a Comissão quer criar um grupo de trabalho para ver “como conseguimos de forma razoável baixar o preço do gás”. Outra das intenções de Bruxelas é “limitar a volatilidade intradiária dos preços da energia”.

(Notícia atualizada às 9h06 com mais informação)

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