A decisão do Banco Central Europeu (BCE) de subir a sua taxa de juro de referência em 0,75 pontos percentuais - a maior de sempre nos seus 24 anos de vida -, colocando-a em 1,25%, e sinalizando que espera continuar a aumentar os juros nas próximas reuniões, tem muitas implicações para as famílias portuguesas. E não são boas.
É certo que o objetivo é combater a inflação no espaço da moeda única, que tem vindo a bater máximos sucessivos e em agosto chegou aos 9,1% em termos homólogos. É mais do quádruplo dos 2% que são a referência para o BCE em temos de estabilidade de preços, um objetivo inscrito no mandato na organização. Só que o reverso da medalha da forte subida dos juros é o disparo nas prestações de crédito à habitação, que já estão a subir e vão agravar-se ainda mais. Ao mesmo tempo, os juros dos depósitos devem subir pouco e muito mais lentamente, continuando pouco acima de zero, e ‘obrigando’ as famílias que querem algum retorno a procurar alternativas.
Quanto aos salários, com a possibilidade de uma recessão a adensar-se no horizonte, as empresas serão muito mais contidas nos aumentos. Tradução: face à inflação ainda significativa vão continuar a perder poder de compra.
O Expresso explica-lhe como a subida dos juros mexe com o nossa carteira.
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