Economia

Economia portuguesa entra em setembro quase a estagnar face a 2021

Economia portuguesa entra em setembro quase a estagnar face a 2021
Jake Wyman

A atividade económica em Portugal voltou a abrandar no final de agosto e arranque de setembro, sinaliza indicador do Banco de Portugal

Depois de a atividade económica em Portugal ter vindo a abrandar ao longo do mês de agosto, por comparação com o mesmo período do ano passado, a entrada em setembro parece ter prolongado essa tendência.

A aceleração registada na semana terminada a 28 de agosto foi sol de pouca dura, já que a atividade voltou a perder força nos últimos dias desse mês e nos primeiros de setembro. É isso que sinaliza o o indicador diário de atividade económica (DEI), calculado pelo Banco de Portugal (BdP).

Os dados foram atualizados esta quinta-feira e, segundo uma nota publicada pelo BdP na sua página na internet, “na semana terminada a 4 de setembro, o indicador diário de atividade económica (DEI) aponta para uma taxa de variação homóloga da atividade inferior à observada na semana anterior."

De facto, nessa semana – que abrange o período entre 29 de agosto e 4 de setembro –, a média móvel semanal do DEI indica um crescimento homólogo da atividade económica de 0,5%. Ou seja, uma quase estagnação face ao mesmo período ano passado.

Isto depois de na semana anterior – que abrange o período entre 22 de agosto e 28 de agosto – ter registado uma expansão de 3,5%. Já na semana terminada a 21 de agosto, o DEI sinalizava um crescimento de 0,7%

Com a entrada de julho, e o início da época mais forte do turismo em Portugal, este indicador compósito, que procura traçar, quase em tempo real, um retrato da evolução da atividade económica no país, acelerou, sinalizando um crescimento mais expressivo em relação ao mesmo período do ano passado.

Contudo, num contexto marcado pela elevada inflação, impulsionada pelos preços da energia, e pela subida das taxas de juro, perdeu sucessivamente força em agosto. Uma trajetória interrompida no final do mês, mas mas que voltou a ser retomada neste início de setembro.

O BdP calcula também a taxa trienal do DEI, que traduz o crescimento acumulado num período de três anos, ou seja, entre 2019 - antes da crise pandémica - e 2022. E as notícias voltam a não ser positivas.

Este indicador estava em terreno positivo desde meados de fevereiro, com exceção de um curto período no início de junho, sinalizando que a atividade económica em Portugal está acima do patamar pré-crise.

Contudo, na semana terminada a 4 de setembro, ficou em terreno negativo, nos -1,1%, sinalizando que a atividade económica ficou abaixo do patamar registado na mesma semana de 2019. Na semana anterior, esta taxa estava ainda positiva, nos 2,4%.

O DEI é um indicador compósito, calculado pelo BdP, que reúne dados de alta frequência e procura traçar um retrato, quase em tempo real, da evolução da atividade económica em Portugal. Assim, cobre diversas dimensões, sumariando a informação das seguintes variáveis diárias: tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, consumo de eletricidade e de gás natural, carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes. Os dados são habitualmente atualizados à quinta-feira pelo BdP, podendo os valores passados ser revistos pelo banco central.

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