Economia

Taxa de desemprego nos EUA sobe para 3,7% em agosto

Taxa de desemprego nos EUA sobe para 3,7% em agosto
Michael M. Santiago/Getty Images

A economia norte-americana criou em agosto menos postos de trabalho do que em julho e viu a taxa de desemprego subir de 3,5% para 3,7%

A taxa de desemprego nos Estados Unidos subiu para 3,7% em agosto, após ter regressado em julho ao nível que tinha antes da pandemia (3,5%), anunciou esta sexta-feira o Departamento do Trabalho.

A criação de postos de trabalho em agosto foi de 315.000, um abrandamento em relação aos 526.000 de julho (dados revistos em baixa), mas em linha com o que era esperado pelos analistas.

Esta é a primeira subida da taxa de desemprego desde janeiro, tendo recuado desde então até aos 3,5% em julho, o nível que tinha no início de 2020, antes da pandemia de covid-19 ter atingido o mercado laboral. As previsões dos analistas apontavam para uma taxa estável.

O mercado laboral tinha mostrado em julho um dinamismo inesperado, recuperando pela primeira vez os 22 milhões de empregos que tinham sido destruídos devido à covid-19.

No fim de julho, havia mais de 11 milhões de postos de trabalho disponíveis.

Na quarta-feira, a criação de emprego no setor privado já apontava para um abrandamento, com os dados publicados a indicarem 132.000 novos postos de trabalho, em vez dos 315.000 esperados, de acordo com o inquérito ADP/Stanford Lab.

"Pensamos que os números sugerem uma transição para um ritmo mais moderado de contratações", indicou Nela Richardson, economista-chefe da ADP.

Até agora nem a desaceleração económica, nem os receios de inflação, nem mesmo as medidas adotadas pelo banco central norte-americano para conter a inflação tinham afetado a solidez do mercado laboral.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos recuou nos dois primeiros trimestres do ano, o que corresponde à definição clássica de recessão, mas esse cenário foi afastado pela administração norte-americana e por vários economistas, que consideraram que a economia não está necessariamente em recessão, tendo outros indicadores mais favoráveis, como a taxa de desemprego muito baixa.

Mas, na semana passada, no seu discurso na conferência de Jackson Hole, o presidente da Reserva Federal (banco central), Jerome Powell, já tinha avisado que a luta para travar a subida de preços levará a "um longo período de crescimento mais fraco" e a um "abrandamento no mercado de trabalho".

O banco central tem vindo a subir as taxas de juro e deverá voltar a fazê-lo na sua próxima reunião, em 20 e 21 de setembro.

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