Energia: Indústria têxtil europeia quer teto máximo no preço do gás

A Euratex, a associação patronal europeia do sector têxtil, quer o lançamento urgente de “uma estratégia única para lidar com a crise energética” na Europa
A Euratex, a associação patronal europeia do sector têxtil, quer o lançamento urgente de “uma estratégia única para lidar com a crise energética” na Europa
A Euratex, associação patronal europeia do sector têxtil, quer o lançamento urgente de “uma estratégia única europeia para lidar com a crise energética” que fixe os 80 euros por megawatt hora (MWh) como teto máximo para o gás natural em todos os países da UE.
“Devem ser concedidos apoios especiais às empresas para evitar a falência e a deslocalização da produção têxtil para fora da Europa”, defende a estrutura associativa, sublinhando que o aumento “sem precedentes” da energia já levou empresas têxteis a reduzirem a capacidade e a pararem a produção.
Mário Jorge Machado, presidente da ATP - Associação Têxtil de Portugal e membro da direção da Euratex, apoia esta posição: “faz todo o sentido que os grandes consumidores europeus se juntem para impor um preço que impeça uma inflação artificial dos preços”, disse em declarações ao Jornal T, da ATP.
Caso o quadro atual se mantenha, a Euratex não tem dúvidas de que haverá “encerramentos e transferência da produção para fora da Europa, o que conduzirá a uma maior desindustrialização do nosso continente e a uma maior dependência de fornecedores estrangeiros”.
Alberto Paccanelli, presidente da Euratex, alerta mesmo que “dada a situação atual, não pode ser excluído um cenário em que segmentos da indústria têxtil desapareçam”. “Isso levaria à perda de milhares de empresas e dezenas de milhares de empregos”, afirma.
A indústria têxtil, particularmente vulnerável ao aumento dos preços da energia, uma vez que a produção de fibras artificiais e sintéticas, corantes e acabamentos é utilizadora intensiva, também critica “a proliferação de iniciativas nacionais contraditórias e descoordenadas para enfrentar a crise energética”.
Esse desencontro “levou a uma fragmentação do Mercado Único, o que gerou um ambiente regulatório caótico e pressiona a nossa cadeia de fornecimento”, afirma.
A indústria têxtil e de vestuário na Europa é composta por cerca de 154 mil empresas que empregam 1,47 milhões de trabalhadores e exportam 53 mil milhões de euros para fora da UE.
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