Economia

Gastos do PRR concentrados em Lisboa e Porto. Um milhão gasto nas ilhas. E zero no Alvito e Barrancos

Gastos do PRR concentrados em Lisboa e Porto. Um milhão gasto nas ilhas. E zero no Alvito e Barrancos
Luís Barra

Portal Mais Transparência revela os municípios que estão a gastar mais dinheiro no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência. Só 31 superam um milhão de euros

Lisboa é o município português que mais verbas está a conseguir investir com a ‘bazuca’ europeia. Os dados são do Portal Mais Transparência, que divulgou a distribuição do investimento por regiões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) à data de 22 de agosto de 2022.

Na capital portuguesa, já foram gastos 113,8 milhões de euros. Segundo o Portal Mais Transparência, o valor gasto corresponde às despesas elegíveis e validadas, que são consideradas necessárias para a execução satisfatória do projeto. É mais do dobro da verba gasta no Porto, que surge em segundo lugar neste ranking de investimento municipal, com 54,3 milhões de euros.

O valor gasto nas duas maiores cidades do país supera o registado nos restantes municípios do país. A Área Metropolitana de Lisboa contabiliza 142 milhões de euros, à frente das regiões Norte (92 milhões), Centro (39 milhões), Alentejo (29 milhões) e Algarve (3,9 milhões). As regiões autónomas só registam gastos de 320 mil euros nos Açores e de 686 mil euros na Madeira.

Convém, contudo, notar que o grosso dos investimentos do PRR – 481 milhões de euros - não é passível de ser municipalizado, visto estar a ser aplicado em projetos transversais ao país.

Ainda assim, o valor gasto no âmbito do PRR não excede os 100 mil euros em mais de um terço dos concelhos no país. No Alvito e em Barrancos, é mesmo de zero euros, apesar de ambos os concelhos do Baixo Alentejo já terem projetos aprovados no PRR.

Regressando ao ranking do investimento passível de ser municipalizado, depois de Lisboa e do Porto, seguem-se Portalegre (19,8 milhões de euros), Coimbra (11,6 milhões), Seixal (6,8 milhões), Oeiras (3,9 milhões), Cascais (3,8 milhões), Braga (3,4 milhões) e Paredes (3,1 milhões).

Outros sete concelhos já apresentam gastos superiores a dois milhões de euros: Matosinhos, Leiria, Sintra, Viseu, Santa Maria da Feira, Santarém e Barcelos.

No total, são 31 os municípios que investiram pelo menos um milhão de euros no âmbito do PRR, contando com Setúbal, Guimarães, Évora, Vila Nova de Famalicão, Loulé, Vila Nova de Gaia, Almada, Bragança, Covilhã, Barreiro, Viana do Castelo, Maia, Vila Real, Loures e Aveiro.

O atual envelope do PRR inclui 16,6 mil milhões de euros, entre subvenções e empréstimos, para o país investir até 2026.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: economia@expresso.impresa.pt

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