Olaf Scholz procura diversificar oferta energética em visita ao Canadá
Olaf Scholz está no Canadá esta semana, onde irá assinar um acordo com Justin Trudeau, para que o Canadá forneça hidrogénio limpo para a Alemanha
O chanceler alemão garantiu esta segunda-feira, numa visita ao Canadá, que está a procurar o mais rápido possível reduzir a dependência da energia russa, embora o primeiro-ministro canadiano tenha minimizado as hipóteses de exportar gás diretamente para a Alemanha.
Olaf Scholz está no Canadá esta semana, onde irá assinar um acordo com Justin Trudeau, para que o Canadá forneça hidrogénio limpo para a Alemanha. “O Canadá desempenha um papel muito, muito central para o desenvolvimento do hidrogénio verde. É por isso que estamos muito felizes em poder expandir a nossa cooperação nesta área”, defendeu Scholz.
O líder do governo alemão realçou que o seu país pretende ser parceiro do Canadá na futura exportação de hidrogénio verde, lembrando, no entanto, que atualmente o gás natural continua a ser necessário.
Por seu lado, Justin Trudeau, minimizou a probabilidade de exportações diretas de gás para a Alemanha, devido a restrições e custos logísticos.
Olaf Scholz agradeceu ainda ao Canadá por permitir a exportação, apesar das sanções contra Moscovo, de uma turbina que a Rússia disse necessitar para continuar a fornecer gás natural à Europa através do gasoduto Nord Stream 1.
O facto de a Rússia ainda não ter solicitado a turbina necessária, que atualmente está na Alemanha, mostrou que as alegações russas sobre problemas técnicos que dificultam o fornecimento de gás eram uma artimanha, salientou o governante alemão.
“A Rússia deixou de ser um parceiro de negócios confiável. Reduziu as entregas de gás em toda a Europa, sempre referindo-se a razões técnicas que nunca existiram. E é por isso que é importante não cair na armadilha do [Presidente russo Vladimir] Putin”, alertou Scholz.
A gigante estatal russa Gazprom reduziu as entregas de gás através do gasoduto Nord Stream 1 para a Alemanha em 60% em junho, por alegados problemas técnicos envolvendo a turbina que a parceira Siemens Energy enviou ao Canadá para revisão e que não podia ser devolvida devido às sanções pela invasão russa da Ucrânia.
O gasoduto também será fechado para três dias de manutenção no final do mês, anunciou a Gazprom na semana passada, que desta forma aumenta a pressão económica sobre a Alemanha e outros países europeus que dependem do combustível para alimentar a indústria, gerar eletricidade e aquecer residências.
Scholz apontou que a Rússia está a tentar dividir os aliados que apoiam a Ucrânia, defendendo que esta estratégia nunca pode ter sucesso.
Os preços do gás natural subiram à medida que a Rússia reduziu ou cortou os fluxos de gás natural para uma dúzia de países da União Europeia, alimentando a inflação e aumentando o risco de a Europa mergulhar em recessão.
Os alemães foram instados a cortar o uso de gás agora, para que o país tenha o suficiente durante o próximo inverno.
O chanceler alemão sublinhou também que o seu país está a construir muitos portos e oleodutos na costa norte da Alemanha e em muitos outros locais para permitir a importação de GNL.
“Estamos a trabalhar fortemente para nos tornarmos independentes deste suprimento de gás. Estamos a realizar muitos investimentos para que isso aconteça e estamos a fazer isso o mais rápido possível. Nunca uma infraestrutura como esta foi construída na Alemanha em tão pouco tempo”, salientou.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes