Economia

Greve da Portway para os dias 26, 27 e 28 de agosto avança com serviços mínimos

Greve da Portway para os dias 26, 27 e 28 de agosto avança com serviços mínimos
MIGUEL A. LOPES

Os aeroportos mais afetados serão Porto, Funchal e Faro. O governo decidiu que por cada dia de greve, os trabalhadores da Portway deverão assegurar os serviços mínimos para um voo diário Lisboa/Funchal e Funchal/Lisboa e um voo diário Porto/Funchal e Funchal/Porto. Fica impedido de fazer greve quem presta assistência a passageiros de mobilidade reduzida

O dsspacho, assinado pelos secretários de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, e das Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, publicado esta segunda-feira, determina que por "cada dia de greve, os trabalhadores da Portway deverão assegurar os serviços mínimos de assistência em escala para de um voo diário Lisboa/Funchal e Funchal/Lisboa e um voo diário Porto/Funchal e Funchal/Porto", avança o SINTAC – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil. Uma determinação que o sindicato que convocou a greve questiona, tendo em conta que nos dias 26, 27 e 28 de agosto, estão previstos 21 voos de igual natureza envolvendo Lisboa e oito voos no Porto, assistidos por outras empresas que não a Portway.

O SINTAC veio esclarecer, em comunicado, esta segunda-feira, que o despacho governamental determina que "os trabalhadores que prestam assistência a passageiros de mobilidade reduzida nos aeroportos nacionais, pertencentes à MyWay, têm que assegurar os seus postos de trabalho, mesmo que seja sua vontade aderir à greve agendada para os dias 26, 27 e 28 de agosto". Situação com a qual discordam e contestam.

O pré-aviso de greve lançado pelo SINTAC tem início a partir das 00h00 do dia 26 de agosto e termina às 24h00 de 28 de agosto, prevendo a paralisação geral dos trabalhadores da Portway, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira. Os aeroportos mais afetados serão, no entanto, o do Porto, Faro e Funchal, onde a Portway tem uma presença mais forte.

A empresa de handling do grupo francês Vinci, concessionário da ANA - Aeroportos de Portugal, é a segunda maior empresa de serviços de logística terrestre dos aeroportos portugueses, com cerca de 20% de quota de mercado.

“Este Despacho institui dois novos direitos constitucionais: o direito ao turismo e o direito dos interesses económicos das multinacionais, em detrimento do direito à greve.”, afirma o SINTAC. O sindicato considera que este "despacho é uma forma “encapotada” do Governo conseguir constranger o direito à greve de alguns dos trabalhadores da Portway".

A greve é um cartão vermelho à política de recursos humanos da Portway, empresa que os sindicatos tem acusado de ser "miserabilista" para com os seus trabalhadores. O SINTAC decidiu avançar com a greve, por que não viu satisfeitas as suas reivindicações


Na origem da convocação desta greve para o final do mês de agosto está a política de recursos humanos assumida ao longo dos últimos anos pela Portway, empresa detida pelo Grupo francês VINCI. Uma política, que apelida o SINTAC é "confronto e desvalorização dos trabalhadores por via de consecutivos incumprimentos do Acordo de Empresa, confrontação disciplinar, ausência de atualizações salariais, deturpação das avaliações de desempenho que evitam as progressões salariais e má-fé nas negociações”. Esta segunda-feira afirmaram em comunicado que é inaceitável o pagamento de 20 euros em dia de feriado.

O SINTAC reivindica o pagamento de feriados a 100% a todos os trabalhadores e atualizações salariais imediatas, que tenham em conta a inflação.

A Portway, liderada por Helena França, tem mais do que acordo de empresa, e a animosidade dos trabalhadores para com a administração é grande. Os trabalhadores reivindicam o cumprimento do Acordo de Empresa de 2016 e uma avaliação de desempenho que não sirva para evitar progressões.

O SINTAC, que acusa ainda a empresa de promover um “clima de terror psicológico" não é o único sindicato que tem estado em negociações, com a Portway e a com a ANA, o SITAVA também tem estado em negociações com o grupo e tem criticado duramente a política de recursos humanos.

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