19 agosto 2022 23:53

A invasão da Ucrânia abriu uma nova era geopolítica que está a ter custos económicos severos
fadel senna/afp via getty images
Seis meses depois de o Kremlin ter decidido atacar a Ucrânia, o surto da inflação acelerou e algumas matérias-primas registam preços astronómicos. O dinheiro ficou mais caro com a subida dos juros
19 agosto 2022 23:53
Seis meses volvidos sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, a previsão é que a inflação mundial este ano fique acima de 8% e o crescimento global abrande para quase metade. Várias grandes economias já registaram contração na economia em todo ou em parte do primeiro semestre e a carestia de vida já triplicou na China ou quase em pequenas economias, como a Letónia e Portugal. Os bancos centrais viram-se obrigados a acelerar a subida dos juros desde final de fevereiro. A globalização sofreu um primeiro grande choque, agravado pela crise recente entre a China e Taiwan.
O grande choque pós-invasão foi o disparo da inflação. “Estimamos que cerca de metade a dois terços da subida dos preços é devido à guerra, sobretudo por causa da energia e do sector alimentar”, diz o economista português Abel Mateus. O resto são os problemas na oferta que subsistem por causa da pandemia de covid-19, nomeadamente das disrupções que a política de ‘covid zero’ na China continua a gerar nas cadeias de abastecimento globais.