19 agosto 2022 9:11

Luís Máximo dos Santos, vice-governador do Banco de Portugal, preside ao Fundo de Resolução
nuno fox
Situação financeira do fundo que fez a resolução do BES e do Banif ficou menos negativa. Nos próximos anos, veículo livra-se de juros de €100 milhões. Litígios com Novo Banco podem inverter caminho e corte na posição acionista reduz receita
19 agosto 2022 9:11
O ‘buraco’ do Fundo de Resolução diminuiu em 2021 pela primeira vez desde que começou a registar o embate da queda do Banco Espírito Santo e, depois, da venda e das sucessivas capitalizações do Novo Banco. A razão: apesar do pedido feito pelo banco para receber €209 milhões, o Fundo não pagou, e assim conseguiu guardar parte do dinheiro recebido das contribuições pagas pelo sector. De qualquer forma, a situação patrimonial do Fundo é ainda muito deficitária e, no pior dos cenários, só em 2062 toda a dívida perante os contribuintes será saldada.
De acordo com os dados apurados pelo Expresso, os recursos próprios deste veículo, que é presidido pelo vice-governador do Banco de Portugal, Luís Máximo dos Santos, foram de €7,2 mil milhões negativos, quando eram de mais de €7,3 mil milhões negativos um ano antes. Os recursos próprios englobam as contribuições anuais recebidas dos bancos e ainda a diferença entre o ativo — em grande medida a participação no Novo Banco — e o passivo — os financiamentos que obteve para pagar a resolução e as injeções no banco.