Economia

Com "fantásticas margens de refinação", a Galp diz estar a fazer tudo para reduzir consumo de gás

Refinaria da Galp em Sines.
Refinaria da Galp em Sines.
D.R.

A Galp enfrentou "restrições" no seu aprovisionamento de gás no segundo trimestre, mas isso não impediu a empresa de conseguir "fantásticas margens de refinação", como notou um dos administradores da petrolífera na apresentação de resultados esta segunda-feira

Com "fantásticas margens de refinação", a Galp diz estar a fazer tudo para reduzir consumo de gás

Miguel Prado

Editor de Economia

"Estamos a fazer os possíveis para reduzir o nosso consumo de gás", assegurou esta segunda-feira o presidente executivo (CEO) da Galp Energia, Andy Brown, na apresentação dos resultados do primeiro trimestre aos analistas financeiros, admitindo que a atividade do grupo no segundo trimestre foi afetada por constrangimentos no aprovisionamento de gás.

Segundo Andy Brown, o volume de entregas de gás natural à Galp tem estado abaixo do que a empresa contratou, o que obrigou a empresa a não só reduzir o consumo de gás na sua refinaria em Sines, mas também a ir ao mercado aprovisionar-se junto de outros fornecedores.

"Esperamos não ter de ir ao mercado outra vez, mas depende do cumprimento do calendário de entregas", afirmou Andy Brown aos analistas, sublinhando a flexibilidade da refinaria, que compensou a menor disponibilidade e o maior custo do gás natural com um maior consumo de nafta.

De acordo com as contas apresentadas esta segunda-feira, os volumes transacionados de gás natural da Galp caíram 23% no segundo trimestre, limitados "por restrições no abastecimento de gás natural" e pelo "ambiente desafiante" no mercado europeu, nomeadamente os elevados preços deste produto energético.

Thore Kristiansen, administrador da Galp com o pelouro operacional, salientou que "a refinaria mostrou grande flexibilidade para se ajustar ao mercado", mas deixou outra nota: o negócio em Sines neste segundo semestre do ano correu especialmente bem, com "fantásticas margens de refinação".

De facto, no segundo trimestre a Galp registou uma inédita margem de refinação de 22,3 dólares por barril. A empresa antecipa que no segundo semestre essa margem recue para cerca de 15 dólares por barril.

Depois do fecho do semestre, as margens já recuaram. "As margens de refinação estão mais baixas, cerca de 10 dólares hoje, e julho deverá fechar com 17 dólares", comentou o CEO da Galp.

Quanto ao petróleo propriamente dito, cuja subida este ano permitiu à Galp melhorar o resultado da sua divisão upstream, a empresa projeta para o segundo semestre um preço médio de 90 dólares por barril.

Na apresentação desta segunda-feira o administrador financeiro da Galp, Filipe Silva, admitiu que a petrolífera tem ao seu dispor opções para se proteger de uma eventual queda acentuada da cotação do brent, num cenário de "volatilidade extraordinária".

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