Economia

Regulador investiga disparo de preço no mercado grossista de eletricidade ocorrido a 15 de junho

Regulador investiga disparo de preço no mercado grossista de eletricidade ocorrido a 15 de junho
Justin Sullivan/Getty Images

A ERSE está a investigar o disparo do preço grossista da eletricidade ocorrido a 15 de junho, quando durante quatro horas o preço alcançou os 1200 euros por MWh, revelou esta quarta-feira o presidente do regulador da energia

Regulador investiga disparo de preço no mercado grossista de eletricidade ocorrido a 15 de junho

Miguel Prado

Editor de Economia

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) está a investigar o disparo no preço grossista da eletricidade ocorrido a 15 de junho, no mercado intradiário do mercado ibérico de eletricidade (Mibel), que fez com que durante quatro horas houvesse eletricidade transacionada a 1200 euros por megawatt hora (MWh), mais de seis vezes o preço médio desse dia, numa ocorrência pouco habitual que o Expresso revelou a 20 de junho.

Essa revelação levou o Bloco de Esquerda a requerer a audição da ERSE e de outras entidades no Parlamento para esclarecer o que ocorreu. Esta quarta-feira, no Parlamento, o presidente da ERSE, Pedro Verdelho, admitiu que "essa situação está a ser alvo de uma inspeção pela ERSE", num quadro de "verificação cuidadosa".

Pedro Verdelho contextualizou que esse disparo de preço, durante quatro horas, ocorreu na sessão dois do mercado intradiário. E avançou com um detalhe: o preço terá sido definido por quem foi ao mercado comprar energia para aquelas horas e não pelos produtores que a venderam. Ou seja, terá sido a necessidade urgente de um comercializador de eletricidade de equilibrar a sua carteira que levou esse agente a oferecer o preço de 1200 euros por MWh para assegurar a energia de que precisava para aquelas horas.

Na sua audição parlamentar, o presidente da ERSE ressalvou, todavia, que este episódio de 15 de junho "não impacta nos preços do mercado livre, não impacta nos preços pagos pelos consumidores".

Ainda assim, Pedro Verdelho admitiu que "a situação [verificada a 15 de junho] é indesejável", prometendo "uma ação regulatória eficaz".

Esse disparo de preços na sessão de 15 de junho levou a que os produtores que venderam os volumes de eletricidade a preços anormalmente elevados tenham faturado em apenas quatro horas mais 600 mil euros do que teriam faturado aos preços médios da eletricidade no mercado grossista nesse dia, segundo os cálculos do Expresso.

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