Para atenuar os cancelamentos, TAP contrata mais, apoia-se na Hi Fly e reajusta planos

Jornalista
A TAP criou um grupo de trabalho interno para ajudar a resolver e atenuar os efeitos dos atrasos e cancelamentos na operação, e a comissão executiva da TAP escreveu aos trabalhadores para lhes explicar o que está a fazer para melhorar a situação.
São sete os pontos em que assenta, por agora, a resposta para ajuda a resolver um problema que afeta o setor, havendo mesmo companhias e aeroportos que apresentam "duas ou três vezes" mais cancelamentos do que a TAP, sublinha a companhia portuguesa.
Em entrevista ao "Jornal de Notícias", a presidente da TAP, Christine Ourmières-Widener, admite que irá continuar a haver cancelamentos e atrasos até meados de agosto.
"Cerca de 40% dos atrasos têm um efeito de bola de neve ao longo do dia, culminando em consumo de recursos adicionais, têm origem no Controlo do Tráfego Aéreo (ATC) e no handling, não só em Lisboa, como também em outros aeroportos europeus", afirma a comissão executiva em carta enviada aos trabalhadores, a que o Expresso teve acesso.
O plano de ação para atenuar os efeitos de um problema que afeta a TAP, os seus clientes e a reputação da companhia conta com a colaboração de outras empresas do setor. Foram, aliás contratados durante um mês os serviços da companhia aérea Hi Fly para operar as rotas de Punta Cana, Varsóvia e Viena, com o objetivo de libertar um avião para recuperar atrasos e cancelamentos, explica a gestão da companhia.
Na missiva a TAP elenca os pontos em que assenta a sua resposta neste momento: o reforço da operação com "70 tripulantes de cabine até ao final do verão, para fazer face ao pico de absentismo e consumo de recursos pela disrupção atual"; a "entrada em regime de full time (a tempo inteiro) dos colegas de engenharia e manutenção", assunto que ainda está em discussão, e o lançamento de um programa para premiar os esforços dos trabalhadores operacionais.
Há mais focos de ação: a Groundforce desencadeou um plano de contingência para reter e recrutar mais trabalhadores e equipamento; a NAV e a Força Aérea implementaram um protocolo para a otimização do espaço aéreo. A companhia está a negociar um protocolo com o Ministério da Defesa.
Foram ainda feitos ajustes de capacidade em alguns destinos, e bloqueadas vendas adicionais, por forma a ter espaço para acomodar os passageiros com voos cancelados.
Na entrevista ao "Jornal de Notícias", Christine Ourmières-Widener, reconhece que todos estes problemas irão ter impacto nas contas da companhia. E explica que não há os mesmos constrangimentos no Porto "porque o aeroporto é muito diferente”, referiu a gestora francesa.
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