O ex-ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital Pedro Siza Vieira vai regressar à advocacia e vai ser, a partir de setembro, o novo sócio da firma PLMJ. O Expresso sabe que a escolha pela PLMJ, liderada por Bruno Ferreira, resultou de um processo negocial com, pelo menos, outro escritório de advogados e que é a concretização de uma vontade antiga de contratar Siza Vieira para o escritório (vem do tempo em que o advogado ainda estava na Linklaters e não tinha sido convidado para ministro).
Siza Vieira terá a seu cargo a coordenação de uma equipa multidisciplinar dedicada à assessoria às empresas e ao sector financeiro, indica a PLMJ em comunicado.
Governante nos anteriores executivos de António Costa, Siza Vieira conta com uma carreira de três décadas como advogado, “tendo liderado algumas das operações mais relevantes da economia portuguesa e contribuído decisivamente para a modernização do sector da advocacia”, frisa a PLMJ, salientando que o ex-membro do Governo traz importantes mais-valias para a equipa, entre as quais o “conhecimento profundo e ímpar do tecido empresarial português, bem como uma vasta experiência na assessoria a clientes portugueses e internacionais em grandes projetos, transações e arbitragens”.
Enquanto advogado, Siza Vieira passou pela Morais Leitão, onde foi sócio a partir de 1997, depois fundou o escritório da Linklaters em Lisboa, no qual exerceu funções de managing partner entre 2006 e 2016. Ao longo da sua carreira, esteve na direção da Associação das Sociedades de Advogados de Portugal, foi presidente da Associação Portuguesa de Arbitragem, integrou a Comissão Executiva da Estrutura de Missão para a Capitalização de Empresas, foi professor convidado da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa.
Siza Vieira, de 57 anos (quase 58, que celebra no próximo dia 14 de julho), entrou para o Governo em 2017 como ministro Adjunto, quando Eduardo Cabrita, que estava nesse lugar, foi para ministro da Administração Interna em substituição de Constança Urbano de Sousa. No ano seguinte, foi chamado a acumular a pasta da Economia, com a saída de Manuel Caldeira Cabral e, depois das eleições de 2019, passou a número dois do Governo como ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital. Chegou a ser apontado para o atual Executivo, formado após a maioria absoluta de 30 de janeiro, mas afinal integrou o rol de saídas.
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