A Google foi atingida esta segunda-feira por uma queixa antitrust (regras relacionadas com a concorrência empresarial) de uma empresa dinamarquesa de procura de emprego online. De acordo com a "Reuters", a empresa alega que a plataforma da Alphabet favoreceu injustamente o seu próprio serviço de procura de emprego, em relação à concorrência, no seu serviço de pesquisa.
A queixa pode acelerar o escrutínio por parte de Margrethe Vestager, comissária europeia para a concorrência, do serviço "Google Jobs" (ou "Empregos", em português), três anos depois de ter sido analisado pela primeira vez. Desde então, a UE não tomou medidas específicas relacionadas com o setor da procura de emprego online.
A Google, que foi multada em mais de 8 mil milhões de euros por Bruxelas nos últimos anos por várias práticas anticoncorrenciais, disse anteriormente que fez mudanças na Europa após reclamações de rivais de procura de emprego na internet.
Lançado na Europa em 2018, o Google Jobs provocou críticas de 23 sites de procura de emprego só em 2019. Os rivais disseram que perderam participação de mercado depois da "gigante" usar o seu poder para impulsionar o novo serviço.
O serviço do Google tem links para os outros empregadores. Podem encontrar-se as várias vagas disponíveis que se encontram nos outros sites, mas as inscrições têm de ser dirigidas ao site "original". O widget do Google Jobs aparece logo em primeiro nos resultados de pesquisa.
O Jobindex, um dos 23 críticos há três anos, disse que o Google desviou o que era um mercado dinamarquês altamente competitivo. "No curto espaço de tempo após a introdução do Google Jobs na Dinamarca [apenas chegou ao país no ano passado], o Jobindex perdeu 20% do tráfego de busca para o serviço do Google", disse o diretor executivo à "Reuters".
De acordo com o também fundador, Kaare Danielsen, a Google, ao priorizar o seu próprio serviço, "oculta algumas das ofertas de emprego mais relevantes para os candidatos a emprego" e os recrutadores "podem não alcançar todos os candidatos a emprego, a não ser que usem o serviço do Google".
"Isso não só sufoca a concorrência entre os serviços de recrutamento, como prejudica diretamente os mercados de trabalho", acrescentou Danielsen, pedindo à Comissão que ordene à Google que pare as supostas práticas anticoncorrenciais e que multe a empresa.
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