Economia

Bloco de Esquerda quer ouvir ERSE, REN e OMIE sobre eletricidade vendida a €1200 por MWh

Bloco de Esquerda quer ouvir ERSE, REN e OMIE sobre eletricidade vendida a €1200 por MWh
Justin Sullivan/Getty Images

O deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, quer que a ERSE, REN e OMIE expliquem no Parlamento o disparo do preço grossista da eletricidade a 15 de junho, que chegou aos 1200 euros por MWh

Bloco de Esquerda quer ouvir ERSE, REN e OMIE sobre eletricidade vendida a €1200 por MWh

Miguel Prado

Editor de Economia

O Bloco de Esquerda enviou esta terça-feira ao presidente da comissão parlamentar de ambiente e energia, o deputado Tiago Brandão Rodrigues, um requerimento para a audição, com caráter de urgência, de várias entidades, de forma a obter esclarecimentos sobre o facto de a 15 de junho ter chegado a haver produtores de eletricidade a receber 1200 euros por megawatt hora (MWh), mais do sextuplo do valor médio desse dia, conforme o Expresso revelou esta segunda-feira.

O requerimento, assinado pelo deputado Pedro Filipe Soares, pede a audição da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), da REN - Redes Energéticas Nacionais e do OMIE, o operador do mercado de contratação diária e intradiária no mercado ibérico de eletricidade (Mibel).

"De acordo com o jornal Expresso, ao contrário do que sucedeu do lado espanhol, em que o mercado foi abastecido naquelas horas por centrais a gás, hídricas e outras renováveis, do lado português “a eletricidade oferecida naquele período foi quase integralmente colocada pela produção hidroelétrica”, que colocou no mercado intradiário 590 MWh, faturando assim 708 mil euros nesse período. Ao valor médio das restantes sessões do mercado intradiário nessa data aquela produção teria faturado 106 mil euros", pode ler-se no requerimento.

O Bloco de Esquerda que as hipóteses de explicação para esta ocorrência, que terá permitido ganhos da ordem dos 600 mil euros em apenas quatro horas, apontam para "uma vulnerabilidade do mercado elétrico a iniciativas especulativas com impactos relevantes na formação de preços".

"Num quadro nacional e internacional em se multiplicam pressões para a subida dos preços da eletricidade, o que já levou o governo a tomar medidas cujo anunciado objetivo é mitigar o efeito daquela subida na fatura dos consumidores, a existência de estratosféricos windfall profits é matéria que deve ser objeto de completo esclarecimento e correção", defende o deputado Pedro Filipe Soares no requerimento.

Ao Expresso tanto a EDP como a Movhera (empresa liderada pela francesa Engie que comprou seis barragens no Douro à EDP) indicaram que o elevado preço, de 1200 euros por MWh, não foi determinado por nenhuma oferta das suas centrais hidroelétricas.

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